segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Privataria Tucana: 11° Capítulo

Pra quem não sabe de que se trata, o livro do Amaury Ribeiro Jr, meu brother, é o resultado de uma investigação minuciosa realizada pelo jornalista que rompeu com a indignação seletiva da imprensa nacional.Ao que me parece, lendo o primeiro capítulo, nesse livro agente vai encontrar aquele tipo de matéria que você nunca lê nos grandes jornais: vacilos minuciosamente detalhados (e comprovados) do PSDB.Só pra comprovar o que todo mundo já sabia desde a época: Esse lance de privatização foi mesmo é um prato cheio pra corrupção tucana, que sempre contou com a omissão criminosa da grande mídia.Muito parecido com o que acontece no Espírito Santo...

“Doutor Escuta”, o araponga de Serra

Dinheiro público para contratar espião do SNI.
Militar atuou em grupo de extermínio
durante a Ditadura Militar.
É o que mostram documentos inéditos.
E Alckmin mantém o araponga de Serra sob contrato...


Aproveitem a leitura. E fiquem imaginando capixabas, se isso acontece nacionalmente, o quanto a gazetinha já não escondeu de sacanagem alheia com seu dinheiro?

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

inconstância, a regra geral

e são tantas horas
tantos dias e momentos
que por simples esquecimentos
nós deixamos de contar

e no piscar de olhos
de uma distração qualquer
já se passou tempo suficiente
pra se esquecer do que é

porque o que é é
o que já foi não é mais
o que será não existe
e saber disso não me traz nenhuma paz

o tempo corre fugindo
agente no encalço, perdido
sem saber em qual quebrada
ele vai curvar

porque o tempo faz curva também
e a linha reta que agrada ninguém
só existe
na folha do caderno

então por favor não chora meu bem
o que é está sempre não sendo mais
e a inconstância
é a regra geral

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

"Ninguém Está Acima da Lei" ou "Petróleo e Maconha, o que te envergonha (mais)?"


Todos acompanharam nos últimos dias a polêmica envolvendo a ocupação da Universidade de São Paulo.

Maconheiros, filinhos de papai, meninos mimados lutando pelo direito libertinário de usar drogas. 

Nos moldes das tias que nos deram aula na quarta série, repetia-se nos telejornais a cantilena “não confundam liberdade com libertinagem!”.

A veja se apressou em colar todos os estigmas acima aos ocupantes da reitoria da universidade.
Deslegitimando-os.

Todos jornais mostraram a cara deslavada do Alckmin “Esse alunos da USP precisam de uma aula de democracia!”

Engraçado Geraldo “Prefeito da ARENA aos 22 anos” Alckmin vir falar de democracia.

Seu antecessor e padrinho político, José Serra, usufruindo da prerrogativa autoritária que concede ao governador o privilégio de nomear o reitor da universidade, o exerceu de maneira totalmente autoritária, nomeando o SEGUNDO COLOCADO NA ELEIÇÃO REALIZADA NA UNIVERSIDADE. Não se trata de um reitor. Se trata de um interventor.

Como bem diz Ana Paula Salviatti, publicado no sítio Outras Palavras:
“Ainda durante a gestão do então Governador José Serra, Grandino Rodas foi escolhido Reitor da USP através de decreto de 13/11/2009. Seu nome era a segunda opção de uma lista de três indicações. Remonta a história que a última vez que um Governador se utilizou de tal dispositivo criado no período militar–presente na legislação do Estado de São Paulo até hoje– foi durante o Governador Biônico, Paulo Maluf que indicou Miguel Reale para reitoria da Usp entre os anos de 1969 e 1973.

E vem falar em Democracia? Menas, por favor...

Não sejamos ingênuos a ponto de ignorar o rumo nítido que boa parte do jornalismo escolheu no Brasil. 

Matérias rasas, eivadas de preconceitos e sarcasmos, parecem ser os únicos exercícios possíveis nas redações onde os empregados estendem aos patrões a profissão que os deveria separá-los: jornalistas. Tsc

E na pira rasa do jornalismo tacanho, ao qual parecem estar reféns todos brasileiros que assistem telejornais ou lêem o jornal diário, queimam três estudantes da Usp, um baseado, uma platéia amorfa de “filhinhos de papai” que aplaudem o espetáculo quando os palhaços saem das suas viaturas para “manterem a lei no campus”.

Ninguém lá tá pensando nada. É todo mundo burro. Esperto é você que vê globo e lê veja e tá bem informado. Aham Cláudia, senta lá.

Enquanto isso, no mundo real, o reitor nomeado autoritariamente pelo PSDB paulista – desrespeitando a consulta democrática na universidade – apronta “mil e umas aventuras da pesada”!

Dá pra ficar surpreso que nada disso tenha saído no jornal? 

(Assim como as denúncias de superfaturamento de obras em outras universidades federais pelo país, ou do envolvimento das fundações de apoio à pesquisa em esquemões de lavagem de dinheiro. agente tem disso aqui no nosso quintal. muito.)

Não é de se espantar. Afinal de contas, fumar um baseado ofende muito mais a moral da gente que passar por cima de certos detalhes democráticos, como uma eleição.  

A moral de certo tipo de gente. No qual os jornalistas, infelizmente, parecem gostar de se incluir.

Quando Geraldo Alckmin diz, sobre o assunto, que “ninguém está acima da lei” o que ele diz, na verdade, é simples. Acima da Lei, só quem é “Alguém”. Cidadãos comuns, não.

Quer ver só? Se liga:

Vamos falar de um reino, em um lugar tão, tão distante, chamado Espírito Santo.

Por oito anos a gestão pública do Estado foi bancada às custas dos royalties do petróleo, muito bem negociados pelo governador recém eleito em 2003, Paulo Hartung.

A despeito da obrigatoriedade de gasto dos recursos em determinadas áreas, numa jogada de mestre, PH recebe do governo federal a benesse do “adiantamento dos royalties”. Com a grana, bota as contas da casa em dia, diante do tão lapidado patrimônio público capixaba. O governo tucano de José Ignácio havia terminado da forma trágica que todos se lembram, com o testa de ferro do então PFL José Carlos Gratz sendo cassado e as porra... Feio né?

Pois bem, oito anos de torneira aberta e a grana dos royalties entrando, estado crescendo, geral se dando bem.

Se dando bem? Bom, mais ou menos...

Os dados de desenvolvimento humano do Espírito Santo são vergonhosos.

Mesmo com oito anos de royalties somos forçados a reconhecer que, se não fosse o bolsa família, boa parte dos indicadores ou não teria subido, ou teriam decrescido. A despeito dos grandes negócios do Estado só terem registrado recordes: Vale do Rio Doce, Arcelor Mittal, Aracruz Celulose (que depois de perder 4bi num jogo de poker se fundiu com a Votorantin na Fibria)...

Hoje em dia, aproximadamente um quarto dos capixabas recebe o Bolsa Família. É de dar vergonha.

Dos municípios que mais recebem royalties do petróleo no Estado, 3 já tiveram os prefeitos afastados por denúncias de corrupção. Sâo eles Linhares, Aracruz e Presidente Kennedy. 

Curiosamente, pra esses municípios estão previstos novos grandes projetos, numa reedição tosca do Plano Nacional de Desenvolvimento, iniciativa da ditadura militar, que trouxe nas décadas de 60 e 70 as grandes indústrias para o Estado. Não estou querendo insinuar nada...

Estou afirmando que os dinheiros dos royalties tem sido peça fundamental para a corrupção envolvendo a vinda desses grandes projetos (a maioria estrangeira) para o espírito santo. 


Com um arranjo muito bem feito, acrescentando duas pitadas de “sinergia” à receita do “novo espírito santo”, PH fez foi adicionar um terno de corte italiano aos capotes dos jagunços da política capixaba. Compuseram o seu governo as mesmas raposas velhas de sempre, Elcio Alvares e Sergio Aboudib, do ARENA-PFL-DEM, por exemplo.
   
Indo além, os mesmos “players” do jogo do desenvolvimento na ditadura militar voltam ao jogo. Ex-governadores, Ex-presidentes de grandes empresas, a máfia da exportação fundapiana, o judiciário capixaba que todos conhecem bem... Espalhando seu Know-how. Mesmo PH pode receber deles uma ou outra dica sobre investimentos. Imobiliários. ;)

E ao governador biônico recém convertido à democracia a presidência da assembléia lhe coube como prêmio, entregue pelo próprio governador. Assim como o ilibado ex prefeito de Linhares, cidade que recebe vultuosos recursos dos royalties e que foi cassado justamente por desviar dinheiro da prefeitura pra botar no seu negócio particular, uma empresa de educação na cidade citada.

Um, lacaio da ditadura. Outro, dilapidador do patrimônio público. Ambos incensados pela mídiazinha local, e pela meia dúzia que espera ser convidada para os rega-bofes do poder. Como os filhinhos dos escravos na casa grande, ali, à beira da mesa como cachorros esperando um ossinho pelo qual brigar. Vão crescer pra ser os novos capitães do mato.

E essa mesma midiazinha – que sobrevive de propaganda oficial – agora tá aí, mandando você, capixaba, ir às ruas se manifestar pelo dinheiro dos royalites. Dinheiro esse que te pertence, capixaba, mas que nunca te perguntaram onde gastar.

Sabe o que eles tão querendo, na verdade? Que você defenda o dinheiro que eles tem sistematicamente roubado do seu bolso, cidadão.

Eu, particularmente, entendo o desespero do Casagrande.

Que não teve nem a coragem de dizer quanto o governo tem em caixa a essa altura do campeonato, finalzinho do primeiro ano de mandato. Foi discutir o orçamento na Assembléia Legislativa e não disse quanto PH deixou em caixa. 

O que agente sabe é que, de vento em popa, o ex governador se deu até ao luxo de NÃO COBRAR IMPOSTOS DESSAS EMPRESAS ESTRANGEIRAS que já produzem ou que querem se instalar aqui no estado. 

Aí é fácil, né malandro: o Zé da Quitanda tem que pagar mil impostos, e o Mr. John paga nada. Zero. 

Cortesia, feita com o seu dinheiro, capixaba.

Sobre isso, transparência nenhuma, nem a (vendida) capixaba, nem de lugar nenhum falou. Nenhuma nota nos jornais.  A coisa deve estar feia mesmo.

E você, capixaba, não sabe de nada.
Porque não saiu no jornal, não tem?

Saiu no jornal que um monte de maconheiro brigou com a polícia pra fumar maconha em paz lá “im sumpaulu”.

Até que seria uma boa notícia, essa.
Se fosse essa a notícia, não tem?


E hoje tem dudu nobre e gabriel o pensador, na luta pelos royalties na praça do papa. ¬¬

Abre o olho, capixaba, que tão tentando te passar pra trás...

(caso fôssemos mais práticos, e menos moralistas, aprendíamos algo com os maconheiros que tão salvando a economia da califórnia, nos estados unidos. até porque uma dose de "salvação" vai cair bem pro estado que outrora dependia da união, alcançou relativa independência, e agora não quer bancar esses "macaquitos" "se dando bem às nossas custas" "roubando o dinheiro que é nosso" pera lá, negão, nosso? rs)






quinta-feira, 3 de novembro de 2011

vai e vem

enquanto o sol arma sua guerra
contra o inverno que não arreda
um pé do nosso céu

aqui na terra todo mundo
assiste embasbacado
o cinza cobrir o azul

e nem lá nem cá
verão querendo chegar
inverno que não quer ir

enquanto medem forças

um ou outro dia salva
o sol amarelo pra esquentar

as almas de quem espera
que não demore o dia
do verão chegar

vai embora inverno
você não quero mais

chega logo verão
com o calor que você traz

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Sobre Retas, Curvas e Outras Preocupações Capixabas



Muita polêmica foi criada em torno da curva na Reta da Penha:


Para atender à demanda viária a ser criada pela nova sede da Petrobras, estupidamente enfiada em uma das vias mais problemáticas da capital. Todo mundo já andou na reta da penha nos horários nobres do engarrafamento: de seis e meia às oito, de onze e meia à uma hora da tarde, de cinco às sete... Enfim. só não deve atravessar em horário de pico a reta da penha o desinfeliz que deixou ela se instalar bem ali. (E agente sabe muito bem de quem se trata.)


Não que o capixaba não esteja acostumado a se submeter à lógica das grandes empresas. Ah, agente sabe sim, e muito bem. A degradação sócioambiental continua covardemente, seja no norte seja no sul capixaba. O que estão fazendo com o nosso litoral é de dar vergonha.


Mas, nesse ínterim nos damos ao luxo de reclamar que com a curva perdemos o grande patrimônio cultural capixaba - herença do novo arrabalde a linha reta que corta a ilha - a vista pro convento da penha. Ah, tão católico... Nada como sofrer debaixo do sol quente olhando pra um convento no alto de um morro.


Grande preocupação vã. Tem coisa muito mais importante acontecendo, coisa muito mais grave rolando por debaixo (às vezes nem tão por baixo assim) dos panos e ninguém fica indignado como fica quando vê, estampada em qualquer matéria nos jornalecos capixabas, uma curva no meio da reta da penha. "Ó, que sacrilégio, a reta da Penha!"

Diz o Ministério Público que vai intervir... Na moral mesmo? Tem coisa muito mais importante pro ministério público fazer nesse estado!


Vamos citar um exemplo, um exemplinho simples só, pra ninguém desanimar de ser capixaba. Pq se for pra falar tudo, a saída agente já conhece. Corram para as montanhas, que aqui embaixo já deu tudo errado. Se liga no drama:


O Ex-Governador PH compra um apê que é declarado em R$48.000,00. Até aí tudo bem, é mais ou menos o preço que o capixaba comum pagaria num imóvel de segunda mão, ou quem sabe no planinho mais barato do programa "minha casa, minha dívida". Só chama atenção o fato do imóvel ser localizado no Barro Vermelho, área nobre da capital. Deve ser algum programa novo tipo "minha casa, minha mãe querida". Imóvel da Galwan.


Aí olha só que engraçado: (muito engraçado mesmo! surpreendente!)


No mesmíssimo dia, a empresária Maria Alice Paoliello Lindenberg e a empresa Lazer Administração e Participações (empresa de Victor Affonso Biasutti Pignaton) compram o apartamento, dividindo o custo meio a meio. Daria R$24.000,00 pra cada um, correto? Errado! Cada um dos dois deposito na conta do ex-governador Paulo Hartung a bagatela de R$ 1050000,00. Assutou com a quantidade de zeros? Por escrito é UM MILHÃO E CINQUENTA MIL VERDINHAS, LEKE!


hehehehe


eu morro e não vejo de tudo! rs


Aí voltemos: curva na reta da penha, certo? Que feio! Feio??


Feio é o judiciário capixaba, que ontem ainda teve seu presidente cassado - não por seus pares capixabas, mas por uma investigação federal - por venda de sentenças, fraudes em concursos (outra especialidade capixaba) e nepotismo. Enfim né, o TJ-ES era administrado como a quitanda do zé, aqui na esquina. Um negócio de família. (óóóó! façam cara de chocados, ninguém sabia) Vocês ainda lembram da operação Naufrágio, não lembram capixabas?


vamos agora fazer uma citação, ipsis litteris (é eu também falo difícil quando eu quero) da matéria original, publicada no www.seculodiario.com.br (citando a fonte tá liga copiar. sempre citando a fonte hein galera)


"Galwan: balcão de negócios com autoridades


Tal condição privilegiada também foi oferecida pela Galwan a desembargadores – sempre da cúpula do Tribunal de Justiça – e a membros do Ministério Público Estadual (MPES). Entre os anos de 2003 e 2006, a construtora negociou imóveis de alto padrão, como nos casos dos ex-presidentes do TJ Adalto Dias Tristão e Jorge Góes Coutinho. Além do atual procurador-geral de Justiça, Fernando Zardini. Nos negócios, a diferença entre o preço de mercado e os valores declarados na escritura chega a quase dez vezes.




Além disso, os filhos do desembargador Adalto Tristão também apareceram como sócios da construtora na aquisição de terrenos na praia de Itaparica, em Vila Velha, em um total de 6.790,05 m² de área.




Antes da relação com o Judiciário e o governo Paulo Hartung, a construtora Galwan sequer era situada entre as principais empresas do segmento no Espírito Santo. Fundada no ano de 1981, a Galwan inaugurou, ao todo, 15 empreendimento até o ano de 2002 – de acordo com dados sobre obras no site da própria empresa. Em geral, apartamentos de padrão médio, bem distante dos atuais imóveis de luxo.




A chegada de Hartung ao palácio Anchieta coincide com o período de expansão da Galwan. Desde então, a empresa de propriedade de José Luiz Galvêas Loureiro inaugurou 25 obras no espaço de nove anos. O que a levou a expandir seus negócios para além da Praia da Costa – onde havia inaugurado onze dos 15 empreendimentos antes da Era Hartung."


E porque eu tô falando de judiciário capixaba, mais uma vez, denovo? Simples. Porque o cara que comprou o imóvel do casal citado lá em cima (voltaremos a eles daqui há pouco) era um - veja só que coincidência - juíz capixaba! (esses aí tão bons é pra apitar jogo do botafogo, eternamente garfado pela arbitragem.) Na matéria tem lá o nome dele.


Aí olha só que legal: ph compra um apê baratinho, vende por 40x do preço pra uns conhecidos que revendem pra outro "amigo". caso típico né? queria ser amigo do dono da Galwan também, pra ver se ele não me vende umas coisas baratas assim... agora vamos fazer um raio x dese círculo de amizade:


PH - ex governador. famoso como gerente da "nova classe política capixaba" que "saneou o estado" tanto "ética quanto financeiramente" cof cof


*convém lembrar que até hoje o atual governo não informou quando PH deixou no caixa do governo do estado.


Maria Alice Paoliello Lindenberg - Diretora de Relações Institucionais da Rede Gazeta (#gazetamentirosa?) empresa sócia do ES em Ação


Victor Affonso Biasutti Pignaton - Dono do Leonardo da Vinci. colégio tradicional "dazelite" capixaba.


Adriano Correa - Juiz que efetuou a compra final do famigerado imóvel. famoso por cassar desafetos manifestos do governador tanto quanto por auxiliar os mais próximos. também sensível à condição política econômica capixaba afinal, se não importarmos "taxes free" livres de impostos, por onde vão entrar os produtos gringos pra competir com a indústria nacional? e viva o fundap! E se não reservamos aos grandes empreendimentos terrenos pra sua instalação, vai viver de que o capixaba? (aonde, perceba, tanto faz)


Agora vamos fazer uma análise bem rasa, que esse texto já tá bem longo: Ora, taí explícito o "arranjo institucional" que tá fundando o "novo espírito santo" (esses dias A Tribuna falava da "Geração Petróleo". acho que é a nossa tá?).


Uma "nova" elite política, muito bem representada pela figura do ex-governador. Um arranjo empresarial - uma empresa de construção civil, o colégio da elite capixaba e a empresa de mídia que faz mais sucesso no ES. Um juiz amigo.


É disso que você precisa pra se dar bem aqui na terrinha. Se não tem essas cartas nego, vá curtir um engarrafamento na reta da penha. com curva ou sem curva. faz diferença? pra mim faz não.


Não tem esse esquemão milionário descrito aí em cima? pergunta se saiu uma linha nA Gazeta, nA Tribuna, na Rede Vitória ou na Tv Capixaba. Não saiu. Mas a Gazeta deu sua resposta rápida à curva na reta da penha: um elogio ao des-envolvimento capixaba, falando da súbita valorização dos imóveis na avenida, perto da sede da empresa, no Barro Vermelho. Quem sabe muito bem disso é a Diretora de Relações Internacionais da Empresa Maria Alice Paoliello Lindenberg. Coitada, pagou caro num imóvel que valorizou mais de quarenta vezes numa tarde...


Mas pera lá, qual a confiabilidade dessas empresas de comunicação? Que são sócias de tantas outras no consórcio ES em AÇÃO que veja só - já planejou como vai ser o seu futuro, capixaba, até 2025. Você deu sua opinião? Eu não lembro de ter sido consultado.


Mas mesmo assim eles tem um plano. que vem sendo executado e, se correr tudo como planejado garante os pedaços maiores do bolo pra quem sempre comeu a maior fatia aqui no Estado do espírito santo. Por isso que eles se juntam. Para defender seus interesses.


- Não, não os seus, você capixaba que tá lendo. Os interesses deles mesmos!


Aí qualquer aspecto negativo dos projetos da elite dirigente do "novo espírito santo" não vira notícia. Qualquer indício de corrupção "dos brothers" que dirigem esse projeto - nas suas costas, capixaba - não vira notícia. Todos os esquemas que todos capixabas sabem que existem, não vira notícia. E a notícia importante é a inofensiva "curva na reta da penha".

Na moral? Foda-se curva na reta da penha!


Tô me sentindo numa cidadezinha dessas de uma igreja, uma praça, uma rua... Lendo um jornalzinho desses de duas páginas! rs


o capixaba é o da direita
E o pior é que a galera come bola, sabe que tá errado, mas fecha mesmo assim.


Transforma necessidade em vontade, incorporando a mesma moral que A Gazeta e A Tribuna dizem que é a correta, a despeito do que agente aprende - seja na escola seja em casa com os mais velhos, seja na nossa vivência.


E vamos seguindo, de marionete na mão dos outros: ralando horrores pra garantir uma vaguinha - seja na petrobrás, seja na vale-arcelor-samarco - pra seguir poluindo o ar que respiramos e que vamos condenar nossos filhos e netos a respirar.


Na vã esperança de naqueles horários - sete da manhã, meio dia, cinco e meia da tarde - poder encarar o engarrafamento na reta da penha - com curva ou sem curva - sozinhos, confortáveis, no ar condicionado dentro de uma bolha chamada automóvel (financiado a perder de vista).


Afinal, só se dá bem quem joga de acordo com as regras do jogo, né?


Pra terminar, um som bom e afiado: 


"Essa espuma sobre a praia
É um dente de ocidente
É um dente, um osso, um dente
Vomitado pelo mar


Vem em ondas poluídas
Vem em nome da moral
Vem na crista dessa onda
A cultura Ocidental

E a espuma branca se lança
Na força da preamar
Em ondas-curtas, notícias
Na hora do meu jantar 

Vem nos mistérios da noite
Na clarescência do dia
Nos anúncios luminosos
No vestido de Mari"



diz aí? tá satisfeito? porque andam dizendo por aí que você tá sim...

domingo, 9 de outubro de 2011

caian

E viu brilhar dourado, no meio do entulho entre as fundações da casa.

Só o que sobrara era a pedra coberta de musgo, o mato crescendo onde outrora haviam cômodos, aquela terra preta característica. No chão o contorno bem definido das paredes externas, as divisões dos cômodos. Como canteiros de um jardim, onde só se via as folhagens de um mato rasteiro não identificado, por entre restos de construção abandonados ao tempo. Havia chovido muito na véspera. Quase desistira do passeio. Insistiu. Acertou a boa, fez sol. Fez a trilha. Viu a ruína, lavada pela tempestade - a pior das últimas décadas, é o que diziam na vila. E viu brilhar dourado entre os restos da casa - habitação típica da região, colonização alemã, final do século XIX. É o que dizia o panfleto que arrumara, com o mapa das trilhas...

De começo nem cogitou a idéia. Mas quando seus tios insistiram para que usasse o cupom que haviam ganho valendo um feriado no interior, caian se viu aceitando e procurando informações sobre o lugar. cachoeiras, trilha, tinha tudo. Confirmou. Só não contava com a chuva que resolvera cair dois dias antes da viagem. Rios cheios, pontes derrubadas, barreiras caídas. Seus tios ligaram preocupados "vai não caian.", "dá nada não tia!". E foi. Seguro até.

Chovera forte terça, quarta e quinta. Sexta feira o céu amanheceu cinza. Vento parado, nuvens se espalhando. Por volta das quatro da tarde, o nordeste traz uma leve brisa pra tocar o rosto de caian, quando ele atende o telefone. A tia, o pedido, a negativa. O sol encontra uma passagem - primeiro por entre as nuvens, depois por entre os prédios do centro de vitória - e pinta de amarelo o rosto moreno de caian. "fica tranquila tia, o tempo vai firmar, vai dar tudo certo" "vai com deus, meu sobrinho".

Pagando a última conta, quase último cliente a sair do banco na sexta feira. Trânsito engarrafado, fumaça, buzinas... Um milhão de gentes na rua, andando apressado, engarrafando a calçada. "Tranquilo, hoje à noite eu durmo na roça, com barulho de bicho".

"Nem achei que viesse mais! Pode entrar e fica à vontade meu filho, tem um quarto ali em cima pra você" Disse a senhora simpática ao recebê-lo na pousada. Deveras aconchegante. Teto baixo, piso de madeira, e o cheiro tão familiar de um fogão a lenha aceso. "Se quiser ir tomando um banho, a janta já tá quase pronta!"

Banho tomado e agasalhado - fazia frio mas caian vira estrelas no céu, da janela do quarto - desceu pra jantar. Caldo verde... E dois dedinhos de prosa intrigantes com o casal de idade que administrava a pousada "mais uma sobrinha que não gosta mto do trabalho mas já viu né, filho cresce quer ganhar o mundo, deixa nós na mão dos outro". Falaram da região, que já teve seus dias de glória. Café, gado, cacau. "até o trem passava aqui!". Agora só a floresta jovem vicejando, pós falências. De uma hora pra outra, nem uma hortinha mais se fazia. Velha história, depois do café, depois do pasto, o que não virou voçoroca vale mais virando floresta denovo. "é, meu filho, turista dá menos trabalho que qualquer criação."

E subiu pra dormir com a barriga cheia, o pensamento lento, e vários panfletos na mão com roteiros que incluíam cachoeiras, fazendas de ecoturismo, alambiques... Caian dorme decidido a fazer o que lhe aconselhara o velho casal: "sobe aí por cima ó, que vc encontra a estrada antiga. ninguém usa mais não mas ainda dá pra seguir. e vai andando, que passa pelo rio, umas casas antigas, a mata já tá mais crescida em volta, ela vai por um vale por cima desse que vai a estrada nova..."

Levanta cedo, sente frio, mas a luz lá fora confirma o que já sabia. Sol. Entre nuvens, mas sol. O orvalho ainda brilhando nas folhas e flores, os passarinhos em algazarra saudando o dia e o inconfundível cheiro do fogão a lenha. Já aceso. "hmm, cheiro de café"

Café, broa de milho, mentira, cuscuz, bolo de aipim, mamão, banana, jambo, suco de laranja, queijo, requeijão, tudo já em cima da mesa. E uma linda caboquinha preparando a mesa "sou fulana sobrinha dos fulano" "bom dia fulana" "bom dia moço".

Come pouco, até meio triste por ter de escolher em tanta fartura. Guarda umas bananas na mochila, enche o  cantil e vai fazer a trilha. A subida é um tanto íngreme, um morro meio barranco por cima do terreiro da pousada. Mas a estrada velha está ali, perceptível. Cresce bastante mato mas o caminho é nítido. Caian começa a caminhar.

E no caminho, em silêncio vai ouvindo: sabiás cantando, sanhaços e vários outros passarinhos cujo nome não sabe, e cujo canto não associa a imagem alguma. Ouve micos assobiarem. Gaviões cruzarem o céu, ora branco, ora azul. Nas bordas da estrada antiga árvores já grandes percorrem sua jornada em direção ao céu. Umas já estão bem adiantadas. Ás vezes barulho de água. Caian para, quer saber de onde vem. "cachoeira será? tá frio ainda, andar mais um pouco"

E numa das curvas da estrada, se é que ainda podíamos chamar aquela trilha cada vez mais fechada de estrada, a floresta se apresenta. Volumosa, sobre a estrada, subindo morro acima, como se projetasse uma sombra verde por cima do caminho e dos olhos de caian. Árvores enormes, palmeiras, muito verde. E discretamente, mas sem passar pelos olhos argutos do observador, duas filas de árvores, paralelas, destoam do resto da paisagem. Em meio à mata atlântica, vários pinheiros enfileirados, apontando feito lanças para o céu. Seguindo a curva do morro, sem descer como a estrada velha faz. "caminho pra algum lugar" foi o que pensou caian.

E foi pelos pés dos pinheiros, até encontrar uma clareira no mato quase alto. As fundações da casa. O sol saindo entre nuvens pra pintar de amarelo o chão da clareira. Enquanto assistia meio embasbacado a dança dos raios solares varando o verde orvalhado da mata crescida, os olhos de caian se fixam num ponto na ruína. Brilhou dourado. "eu hein"

Foi na direção do brilho. Acocorou-se sobre a fundação da casa, esticou o braço e apanhou o objeto. Não acreditou. Pesado, maltratado pelo tempo, mas meio lavado pela chuva que caíra nos dias anteriores, um moedão de ouro! Pesado, com uma cruz e quatro "M"´s em cada canto, impressos em um dos lados. "puta que pariu, um dobrão de ouro!" "mas peraí... dobrões de ouro são anteriores à vinda dos imigrantes..."

domingo, 2 de outubro de 2011

a jaqueira

A jaqueira lá da casa do meu avô, em Baia Nova interior de Guarapari - ES, é especial pra mim. Desde novinho, pra mim era lá o limite. Pra cima só mato fechado, a "capuéra", como meu avô italianão, Seu Davi, falava.
"Vou lá na capuéra pegar lenha" "Toma cuidado vô, que lá tem cobra e escorpião"
Era o que minha vó me mandava falar, e todo mundo ria do neto, sobrinho, filho...
Até chegar lá na jaqueira, no platôzinho sobre o terreiro da casa deles, eram várias mangueiras frondosas, um pé de caju bem velho (que quase nunca dava caju), cana e aipim espalhados, de vez em quando. E restos de estruturas de cimento, construídas e abandonadas há muito tempo, de uma vez que (ainda não era nascido, diz meu pai) meu avô criou bichos lá em cima. Uns três eucaliptos bem grandes, e árvores baixas, o mato...
Depois da cerca, à direita, pasto. Do meu tio, subia alto, dava a volta na montanha e encontrava com o pasto de lá de cima, da propriedade que avizinhava meu avô pelo outro lado.
E lá em cima, no cantinho úmido, antes da pedra descer a montanha, pra fazer o muro de trás da terra do meu avô, a jaqueira. grande, imensa, frondosa. jaca dura, boa, gostosa. foi o primeiro lugar ao qual pude ir sozinho. contemplar. novinho ainda, antes dos dez anos. sentado em cima de uma das várias pedras por baixo dela, ou em cima mesmo, a partir de quando já tinha tamanho suficiente para alcançá-la sozinho.
O som era maravilhoso: no meio daquelas mil tonalidades de verde, no bosque das fruteiras, ouvir o vento falar lá do alto da copa das árvores... Nos meses de verão, ouvir a água por entre as pedras,  sobrando da nascente, descendo o morro pra encontrar o rio.
Dali criei o gosto de bicho. Ver as trilhas marcadas no mato fechado, pequenos túneis levando pra dentro daquele verde que eu achava intransponível, do alto da minha infância. Passarinho, aprendi a gostar com minha vó, que sempre falava do gaturamo dela, que vinha todo dia comer a banana que ela botava no terreiro. Do beija flor do rabo branco, que vinha beber no bebedouro dentro de casa...
E na jaqueira eu vi tucano, vi saíra, vi gavião... Vi  sabiá, vi sanhaço, vi nambu... canarinho nem conta.
Sempre que volto lá, tiro um tempinho pra passar com a jaqueira. Ela deve sentir falta do meu avô, já faz bastante tempo que ninguém mora lá. Mudou a terra em volta, as mangueiras foram embora, o bosque pra baixo dela diminuiu, plantou-se palmito. Mas pra cima a capoeira cresceu, a água corre por baixo da jaqueira agora muito mais meses no ano...
Tem tempo que não vou lá. Mas a última vez foi auspiciosa.
Da varanda da casa, vi movimentos no morro acima. Pouco tempo depois, os sons inconfundíveis. Roncos guturais, rosnados de trovão. Os bugios. Sem gritar, mas fazendo algazarra, desceram até os eucaliptos, que sobraram do palmital. Fui atrás. E os vi de perto. Em cima dos eucaliptos, me levaram pra jaqueira. E fiquei lá, assobiando pra eles, rindo pras suas caras assustadas...
Foi um dia bom.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O verão (ainda vai demorar, mas) vai chegar!

chuva que vem do norte pra cair em vitórinha:
sabe me dizer qual é a lua no céu?

é a chuva que vem do norte
na primeira lua nova
da primavera

só pra lembrar que o inverno não acabou

só pra  lembrar que o verão não nasceu

e o calor, o azul no céu
e o desabrochar da flor
ainda vão demorar

por enquanto o cinza é regra
e as mudanças no mundo
ainda vão demorar

mas tão certo como o sol se levanta
dia após dia e contra isso nada adianta:

o verão vai chegar!

e até que chegue esse dia
as flores vão desabrochar
e a roupa das meninas
vai colorir e encurtar

e os passarinhos cantando vão fazer
o que eles tem pra fazer

avisar pra nós, desavisados
que o verão vai chegar!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

ajoelhar pra quê?



"Lá no sertão
Cabra macho não ajoelha
Nem faz parelha
Com quem é de traição
Puxa o facão, risca o chão
Que sai centelha
Porque tem vez
Que só mesmo a lei do cão...
É Lamp, é Lamp, é Lamp
É Lampião
Meu candeeiro encantado
Meu candeeiro encantado...
Enquanto a faca não sai
Toda vermelha
A cabroeira
Não dá sossego não
Revira bucho
Estripa corno, corta orelha
Quem nem já fez
Virgulino, o Capitão...
É Lamp, é Lamp, é Lamp
É Lampião
Meu candeeiro encantado
Meu candeeiro encantado...
Já foi-se o tempo
Do fuzil papo amarelo..."

domingo, 18 de setembro de 2011

"A valsa torta do PT-ES" ou "O deslumbre dos caboclos"

É foda olhar pra trás e ver o que você construiu, pensando num fim, tomou um rumo que você despreza.
Não que eu tenha construído um ponto final em qualquer coisa, mas as reticências deixadas pra trás podem ter (e tiveram) várias interpretações. Inclusive práticas.

Lembro até hoje de discussões que pude acompanhar na executiva do pt, quando era secretário estadual de juventude do partido (e tenho tudo anotado!):
Compor ou não compor o governo PH? Lançar candidatura própria ou não ao governo do ES? Confiar em quem não confiava na gente e e dispor a oferecer a credibilidade que tínhamos acabado de conquistar - numa sequência a presidência, quatro mandatos e cidades importantes no Estado - a um projeto que, desde o início frisávamos, não era o nosso.
Pegos de calças arriadas, tendo que zelar em território hostil minado de desconfianças (inclusive entre nós mesmos) pelo patrimônio recém conquistado, demos um passo corajoso à frente e topamos fazer parte de um governo que não era o nosso, em nome da reconstrução do ES.

Massa! Estávamos achincalhados. O espírito santo ocupava espaço nas manchetes nacionais com o presidente da assembléia legislativa cassado, o governo do PSDB atolado em corrupção, crime organizado, etc... Pusemos a cara a  tapa e fechamos nesse projetinho mínimo de saneamento, a despeito da desconfiança mútua...
Tínhamos muito trabalho pela frente, e eles também. Reconstituíram a "credibiliade" do estado. A despeito de um juiz assassinado, da mídia comprada, de temerários incentivos fiscais à grandes projetos poluidores, no clássico toma lá dá cá (são eles os grandes doadores das campanhas do ES)...
Enquanto aprendíamos a lidar com as consequências de um governo federal nosso, enquanto (re)aprendíamos a governar a capital, eles mais uma vez se entocavam nas locas do estado.
E se articulavam, na construção de um "novo espírito santo" com aqueles que, outro dia mesmo, chamávamos de "inimigos de classe".

E gestaram seu projeto. Que foi parido, covardemente, fora de qualquer espaço político passível de influência de quem quer que se interessasse. Então, do alto da torre do espírito santo em ação, desce o urubu do mau agouro, com nome e tudo. ES 2025.
Numa reedição tacanha, na parte trágica da repetição da história, relegamos à mesma patotinha de sempre a discussão sobre os rumos que o Estado tomava.
A findes sai de cena. E o consórcio da meia dúzia de famílias que sempre mandou no Estado - a patotinha do café, os pós yuppies do comércio exterior, o jornalismo vendido de sempre, sob a batuta do Saruman capixaba (Dr. Artur Gerhard - articulador do ES em Ação e dono dos fornos da mordor capixaba) contratam sua matilha de cães de guarda. Os mesmos sabujos velhos de sempre, Sérgio Aboudib, Élcio Álvares, com seus filhotinhos crescidos. A máfia do meio ambiente se instala - cepemar, cta. A cereja no bolo das falácias.
E tudo isso sob a proteção criminosa do bom e velho judiciário capixaba - sempre repartido entre clás de contadores do vil metal, cujos patriarcas engordam às custas do lobby corrupto que alimentam a banha de suas panças. Corrupto até a alma, jamais vou perder a oportunidade de relembrar o presidente do tribunal de justiça do ES, cassado por corrupção. Aposentadoria compulsória nele, 20000 de salário pra ir dormir de pijama e pantufa.

(E todos fica chocado. aham cláudia, sentá lá. ninguém sabia... rs)

E sob pressão topamos os caras.
Afinal, precisávamos de recursos para as nossas administrações. Afinal, temíamos os impactos do mensalão sobre nosso "capital político". Afinal, gerir o público já era por si só, o maior trampo: Muitos cargos a serem   ocupados, a serem distribuídos. Eram tantos que sobrava até pro PSOL.
Sob o falacioso argumento da luta contra o crime organizado (cujos desdobramentos provam que nem demandou tanto esforço assim), cerramos fileiras com os que enquanto nos acariciavam o cocuruto e davam migalhas, punha seu braço direito à serviço da mesma elite que sempre combatíamos.
E dançavamos essa valsa torta, descompassada, desritmada. Por oito anos nos entretemos com esses acordes e, no final, dançávamos até direitinho.
Como uma centopéia alinhamos cada pézinho nosso à essa ópera bufa. Afinal de contas, éramos como eles: Agentes públicos à serviço do público. Funcionários bem empregados, que participavam de eventos tão solenes quanto eles. Que tomávamos decisões tão importantes quanto às deles. Que compravam carros iguais, roupas iguais, que mandavam os filhos para as mesmas escolas... Ora, no que nos diferíamos? Quem podia ser contra reconstruir o espírito santo?

E nos tornamos amigos daqueles que, na chantagem, nos botaram ao seu lado. E acabou a música. E começou outra. E lá estávamos, com um novo par. Mais do nosso tamanho, até mais amigo nosso. Mais envolvente, mais ritmado. Tão entretido que estávamos, não vimos a mudança dos músicos. Sob a orquestra do ES em Ação, feito marionetes da elite da elite empresarial capixaba, desenhamos agora no salão os passos do novo desenvolvimentismo capixaba. Como uma boa dançarina, nos deixamos levar graciosamente nesse tango tão apaixonante que mal percebemos o que acontece à nossa volta. Inebriados pelos aplausos, aprumamos nossos passos.
Dançamos hipnotizados essa dança que pisa forte na terra.
Importamos denovo aquelas plantas industriais que ninguém mais quer do equador pra cima. Importamos patrões e consórcios poluidores que vendemos como progresso pros que confiaram nagente. Sacrificamos a saúde da nossa terra e da nossa gente em troca de impostos que sequer recolhemos, de jornadas de trabalho com as quais não concordamos, de novas cidades inchadas com todas aquelas consequências que já cansamos de atribuir aos governos autoritários da época da ditadura.
Mas tudo bem, seguimos cumprindo o nosso papel de sempre: trocando ouro por miçangas, sacrificando recursos naturiais cujo valor só tende a crescer por artigos que competimos com outros mortos de fome pra  fornecer a preços módicos lá pro norte. Que vai vender de volta pragente bem mais caro.

Essa história é velha.

Novos são os caboclos, recém chegados da roça, macaqueando os trejeitos da boa e velha elite, cafetina da nossa terra, da nossa gente.
Só fazendo valer as palavras do sábio que disse que sempre se podia contratar (bem barato) metade dos pobres para dar um jeito na outra metade. Tamo aí, de vice de um governo que não manda, a serviço de um projeto que, desde o início sabíamos, não é o nosso. Mas cada vez mais nos parecemos. Parecidos que somos, eles não devem ser tão ruins assim. Usemos pois as réguas deles para medir o quão feliz o capixaba pode ser.
Afinal de contas, não somos militantes, não somos políticos. Somos gestores. Da (in)felicidade alheia.

amém!


sábado, 17 de setembro de 2011

amanhã jamais


e se a cada toque dado, um brilho aparecesse.

e como um midas aurático, luz dourada espalhasse por aí - onde tocasse...

mas cada peça caída, é um algo a mais na dívida.

nada é de graça, tudo tem um preço a ser cobrado.

aquilo que agente pensa como bem, inspira também muito medo.

é o costume de ser pela metade, é não prezar pelo copo meio cheio.

sempre meio vazio.

de nada vale a luz da lua, de nada vale tanto ver o sol se por.

a maquininha registradora, instalada dentro dagente, tá sempre contanto.

o que me soma, o que me subtrai.

meu ego a quantas anda? aonde tudo isso vai?

e aí se embota, estrela, céu, mar e horizonte.

o que cabe nessa conta é só o que vale no mundo dos homens.

quer saber:

amanhã? jamais.

só no hoje existe felicidade.

tempo fiador

mas não fio meu futuro
em promessas que nem sei
se serei no fim eu o responsável
por cumprir aquilo que
outro
falei
mudança é a lei inevitável
outrora futuro,
tal qual hoje
nem havia
e o tempo gasto se tratava
no fim das contas
só do tempo que vivia

quinta-feira, 15 de setembro de 2011


I SEMINÁRIO SOBRE SAÚDE E POLÍTICAS PÚBLICAS DAS COMUNIDADES PESQUEIRAS DO NORTE DO ESPÍRITO SANTO

16 e 17 de setembro – Centro Universitário Norte do ES
CEUNES – São Mateus (Bairro Litorâneo)
O papel da mulher na atividade pesqueira artesanal no Espírito Santo
• Gênero e pesca
• Trabalho, meio ambiente e saúde
• Políticas públicas e desenvolvimento social

PROGRAMAÇÃO
16/09 (sexta-feira)
18h – 1ª Conferência: “AS COMUNIDADES PESQUEIRAS NO CONTEXTO ATUAL”
Coordenadores da mesa: Prof. Cézar Cruz Albenes e Profª. Drª. Nara Cuman Motta (Emescam)
Conferencista 1:  Profª. Drª. Maria Cristina Maneschy
Doutora em sociologia pela UniveritéToulouse Le Mirail, França (1993);  Professora associada da UFPA; Desenvolve pesquisa sobre comunidades pesqueiras artesanais.
Conferencista 2: Prof. Dr. Paulo Scarim
Doutor pela UFF; Coordenador do observatório de conflitos no campo; Geografia; UFES.
Conferencista 3: Profª. Drª. Winifres Knox
  Departamento de ciências sociais da UFES.
Conferencista 4: Cledson Sousa Felippe
  Superintendente Federal de Pesca e Agricultura do Estado do Espírito Santo.
Debatedor 1: Liderança pesqueira artesanal da região Sul do Espírito Santo.
Debatedor 2: Liderança pesqueira artesanal da região da Grande Vitória
Debatedor 3: Liderança pesqueira artesanal da região Norte do Espírito Santo.
17/09 (sábado)
9h – Mesa com as autoridades presentes
Coordenadora: Profª. Drª. Alacir Ramos Silva e Raquel de Matos Gentilli
10h – 2ª Conferência “COMUNDIADES E MULHERES PESCADORAS NO NORTE DO ESPÍRITO SANTO: GÊNERO, TRABALHO, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E POLÍTICAS PÚBLICAS”
Coordenadores da mesa: Representante do observatório conflitos no campo (UFES) e Profª. Drª. Gilsa Helena Barcellos (Emescam).
Conferencista 1: Carolina Melo
Oceanógrafa e mestre em sistemas costeiros e oceânicos; Integrante do laboratório socioambiental do CEM ( UFPR) e do projeto Woman and Sea.
Conferencista 2: Profª. Drª. Maria Cristina Maneschy
Conferencista 3: Liderança feminina pesquisa do Paraná
Debatedores: 2 lideranças femininas e uma liderança masculina das comunidades pesqueiras.
13h- Almoço
14h – Trabalho em grupos – Discussão da realidade das comunidades r das mulheres pescadoras do Norte do Espírito Santo.
16h30min – Café
17h – Apresentação dos resultados dos grupos e encaminhamentos
19h- Encerramento

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

MPF pede paralisação de Belo Monte


Será?



 MPF pede paralisação das obras de Belo Monte para evitar remoção de índios

É o primeiro processo no judiciário brasileiro que aborda o direito da natureza, irreversivelmente afetada pelas barragens na Volta Grande do Xingu
O Ministério Público Federal iniciou hoje um processo judicial pedindo a paralisação das obras da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará.  Na ação, os procuradores da República apontam a inevitável remoção de povos indígenas – o que é vedado pela Constituição – e discutem, pela primeira vez no judiciário brasileiro, o direito da natureza.

“Belo Monte encerra vários confrontos: entre a geração de energia hidrelétrica e os direitos indígenas; entre o interesse de empreiteiras e o direito da natureza; entre o direito ao crescimento econômico e os princípios do direito ambiental”, dizem na ação os procuradores da República Felício Pontes Jr, Ubiratan Cazetta, Bruno Valente, Daniel Avelino, Bruno Gütschow e Cláudio Terre do Amaral.

Se posicionando nesse confronto, os procuradores que acompanham o empreendimento apresentam como argumento à Justiça, pela primeira vez, o direito da natureza, violado por Belo Monte. A usina, de acordo com todos os documentos técnicos produzidos, seja pelo Ibama, pelas empreiteiras responsáveis pelos Estudos, seja pela Funai, o MPF ou os cientistas que se debruçaram sobre o projeto, vai causar a morte de parte considerável da biodiversidade na região da Volta Grande do Xingu - trecho de 100km do rio que terá a vazão drasticamente reduzida para alimentar as turbinas da hidrelétrica.

Esse trecho do Xingu é considerado, por decreto do Ministério do Meio Ambiente (Portaria MMA n° 9/2007), como de importância biológica extremamente alta, pela presença de populações animais que só existem nessa área, essenciais para a segurança alimentar e para a economia dos povos da região. A vazão reduzida vai provocar diminuição de lençóis freáticos, extinção de espécies de peixes, aves e quelônios, a provável destruição da floresta aluvial e a explosão do número de insetos vetores de doenças.

“Quando os primeiros abolicionistas brasileiros proclamaram os escravos como sujeitos de direitos foram ridicularizados. No mesmo sentido foram os defensores do sufrágio universal, já no século XX. Em ambos os casos, a sociedade obteve incalculáveis ganhos. Neste século, a humanidade caminha para o reconhecimento da natureza como sujeito de direitos. A visão antropocêntrica utilitária está superada. Significa que os humanos não podem mais submeter a natureza à exploração ilimitada”, diz a ação judicial.

Para o MPF, Belo Monte representa a violação não só dos direitos dos índios, ribeirinhos e agricultores que hoje vivem no Xingu, mas viola o direito da natureza e o direito das gerações futuras ao desenvolvimento sustentável. “Belo Monte expõe o confronto entre o desenvolvimento a qualquer custo e os princípios do direito ambiental. A solução deve ser sempre em favor do último, diante do bem maior a ser preservado, que é a  vida em sentido holístico. Belo Monte compromete, de maneira irreversível, a possibilidade das gerações presentes e futuras de atenderem suas próprias necessidades”, diz o MPF.

Apesar de ser um debate novo no judiciário brasileiro, o direito da natureza e das gerações futuras é objeto de pelo menos 14 convenções e tratados internacionais, todos promulgados pelo Brasil, além de estar presente na Constituição Federal. Os procuradores lembram, na ação, o compromisso com o futuro da Confederação Indígena do Iroquois, na área dos Grandes Lagos na América do Norte, que inspiraram a Constituição dos Estados Unidos. Quatro séculos atrás, as seis etnias indígenas que compunham a Confederação já afirmavam: “Em cada deliberação, devemos considerar o impacto de nossas decisões para as próximas sete gerações”.

Remoção - A ação foi oferecida na Justiça Federal de Belém e se baseia nas constatações do Estudo de Impacto Ambiental e dos Estudos Antropológicos da Funai para afirmar que, por causa dos graves impactos ambientais, haverá forçosamente a remoção das populações indígenas que vivem na Volta Grande do Xingu.

Todos os documentos que embasam o licenciamento ambiental apontam para a mesma conclusão: haverá mudança drástica na cadeia alimentar e econômica das populações indígenas e a remoção se tornará inevitável. Os dois povos diretamente afetados são os Juruna da Terra Indígena Paquiçamba, na margem direita da Volta Grande e os Arara, da Terra Indígena Arara da Volta Grande, na margem esquerda.

Os povos indígenas Juruna e Arara tiveram os primeiros contatos traumáticos com não-índios na região da foz do Xingu, nos séculos XVII e XVIII. Estupros, doenças e assassinatos obrigaram as duas etnias a fugirem rio acima até a Volta Grande, onde conseguiram se estabelecer como coletores, pescadores e caçadores, exímios conhecedores do rio e da floresta. Com a implantação de Belo Monte, serão obrigados novamente a abandonar suas casas.

A própria Funai enumera os impactos de Belo Monte sobre as duas Terras Indígenas: aumento da pressão fundiária e desmatamento no entorno, meios de navegação e transporte afetados, recursos hídricos afetados, atividades econômicas - pesca, caça e coleta afetadas, estímulo à migração indígena (da terra indígena para núcleos urbanos), aumento da vulnerabilidade da organização social, aumento das doenças infectocontagiosas e zoonoses.

Para o MPF, está claro que a destruição dos ecossistemas da Volta Grande e as pressões causadas pelo fluxo migratório vão inviabilizar a permanência dos índios em suas terras, o que é expressamente vedado pela Constituição brasileira no artigo 231: “É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, ad referendum do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco”

Como não está configurado interesse da soberania nacional nesse empreendimento, o MPF pede a paralisação das obras e a suspensão do projeto. Caso esse pedido não seja concedido, como reparação, os procuradores pedem que a Norte Energia seja obrigada a indenizar os povos indígenas Arara e Juruna e os ribeirinhos da Volta Grande do Xingu, pelos impactos e perda da biodiversidade, em valor que ainda deverá ser apurado.

O processo tramita na 9ª Vara da Justiça Federal em Belém, com o número 0028944-98.2011.4.01.3900.

Veja a íntegra da ação aqui

Ministério Público Federal no Pará
Assessoria de Comunicação
Fones: (91) 3299-0148 / 3299-0177
E-mail: ascom@prpa.mpf.gov.br
Site: www.prpa.mpf.gov.br
Twitter: http://twitter.com/MPF_PA

retirado de http://www.prpa.mpf.gov.br/news/2011/mpf-pede-paralisacao-das-obras-de-belo-monte-para-evitar-remocao-de-indios


O ministério público federal do espírito santo também podia fazer alguma coisa sobre os empreendimentos ilegais que estão expulsando gente da terra em anchieta, e construindo às beiras de reservas índigenas no estado. 

Ou cercando um bairro de indústrias, como achei que nunca mais fosse ver no século XXI, igual lá na Barra do Riacho. 

Desenvolvimentismo tacanho? então, tá rolando. 
Ouro por miçangas? Por aqui tá rolando. 
Vender qualidade de vida por uma rotina de peão? tá rolando.
Importar patrão? Tá rolando demais, negão. 
Não cobrar imposto de quem ganha milhões? Tá rolando, mas pra receber depois doação de campanha, tá ligado? 
Prostituir a nossa terra capixaba? tá rolando. Pros gringos lucrar e agente ficar doente? Mas é claro!


porque a saúde e o bem estar de um capixaba vale bem menos que a vida e o bem estar dos cidadão de qualquer país que já disse não pra esse tipo de desenvolvimento. 


Mas eles são brancos! 

E quem reclama, o que é?
chato, né. rs

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Estrada de Canindé




Ai, ai, que bom
Que bom, que bom que é
Uma estrada e uma cabocla
Com a gente andando a pé
Ai, ai, que bom
Que bom, que bom que é
Uma estrada e a lua branca
No sertão de Canindé
Artomover lá nem sabe se é home ou se é muié
Quem é rico anda em burrico
Quem é pobre anda a pé
Mas o pobre vê nas estrada
O orvaio beijando as fulô
Vê de perto o galo campina
Que quando canta muda de cor
Vai moiando os pés no riacho
Que água fresca, nosso Senhor
Vai oiando coisa a grané
Coisas qui, pra mode vê
O Cristão tem que andar a pé!

sábado, 13 de agosto de 2011

O SURF CAPIXABA CORRE PERIGO!

Retirado de http://regenciasurf.com.br/noticia182.html



"A nutripetro está realizando estudos para a marcação da área onde será construído um grande complexo portuário.

visual de outro estaleiro da jurong
A área a ser demarcada deve atingir até a praia da curva, praia local e área de lazer da comunidade da Barra do Riacho.


Além de ser atingido o manguezal que serve de berço para a vida marinha e consequentemente sustento de muitas famílias que vivem da pesca. 

Na praia da curva funciona semanalmente há sete anos a Escolinha D´Barrels, que tira da zona de risco muitas crianças que sofrem com a falta de espaço específico e incentivo para a prática de esportes e àreas de lazer.
Local onde deve ser instalado o estaleiro.





A quadra de esportes da comunidade está sendo ocupada como alojamento de pessoas que não tem onde morar,* fazendo com que a praia se torne a única opção. 

Segundo informações, a Comunidade da Barra do Riacho passa por uma série de problemas sociais tais como drogas e prostituição, que vem aumentando cada vez mais com o crescimento rápido que tem acometido a região nos últimos anos. 

O desenvolvimento pode trazer vantagens e desvbantagens para os moradores locais, que devem ser muito bem discutidas pelos órghãos responsáveis, para que esse desenvolvimento não cause problemas irreversíveis e sem controle no futuro.

A nutripetro propôs uma reunião para ouvir sugestões que possam melhorar a atual situação da Comunidade e amenizar os impactos ambientais e sociais que serão causados com a construção do mega complexo portuário da Barra do Riacho. 

Devem participar da reunião os representantes da comunidade, Cristiano Alvarenga - Coordenador da Escolinha D´Barrels, representante da FESURF - Federação de Surf do ES Robson BArros, do site regênciasurf."

Por Aline Goulart


Lineup da Barra. Fotos de Cristiano Alvarenga



Pra não falar um monte: Ééééé meus brothers surfistas. Além (é até um trocadilho) da Barra do Riacho vários outros picos estão correndo perigo, com projetos de superporto pra Ponta da Fruta e a ampliação e Construção de novas plantas siderúrgicas em Anchieta. E aí, qual vai? Puxar o bico ou botar pra baixo?


*vídeo da ação policial que expulsou as famílias de uma área ocupada, que se desdobrou na improvisação da quadra como alojamento

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Baleia no mar passeia, quem manda no mar é Sereia!



"Baleia no mar passeia
Quem manda no mar é sereia!
Baleia no mar passeia
Quem manda no mar é sereia!"


Para rever meu amor
eu vou fazer uma obrigação
No mar... no mar!


Uma rosa uma fita bonita
Aos pés de Yemanjá eu vou jogar
As águas vão fazer meu bem voltar!


"Baleia no mar passeia
Quem manda no mar é sereia!
Baleia no mar passeia
Quem manda no mar é sereia!"

Para rever meu amor
eu vou fazer uma obrigação
No mar... no mar!


Uma rosa uma fita bonita
Aos pés de Yemanjá eu vou jogar
As águas vão fazer meu bem voltar!

Baleia no mar passeia
Quem manda no mar é sereia!
Baleia no mar passeia
Quem manda no mar é sereia!"

Eu não vou pedir, mas virá o castigo
Ao meu inimigo que fez muamba
Pra levar... pra levar o meu amor
As águas vão tirar meu sofrimento
Vão calar o meu tormento
Vão lavar a minha dor!


Para rever meu amor
eu vou fazer uma obrigação
No mar... no mar!


Uma rosa uma fita bonita
Aos pés de Yemanjá eu vou jogar
As águas vão fazer meu bem voltar!

Baleia no mar passeia
Quem manda no mar é sereia!
Baleia no mar passeia
Quem manda no mar é sereia!"

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

saudades do que não é meu

Eu quero pra mim denovo o som do mar crescendo: invadindo o reino de meus sonhos a cada onda que quebra na areia. 
Eu quero um beijo de sereia debaixo do céu estrelado, enquanto as cadentes cruzam o firmamento abobadado.
Quero a mata viçosa recebendo o meu corpo nos seus braços enquanto no seu tapete de folhas secas descarrego todo o meu cansaço.

Quero mar cristalino, quero areia branquinha,
Eu quero paz e sorriso, sossego, ficar na minha.
Banho de cachoeira depois da trilha fechada, 
e acender fogueiras na beira da praia.

e saber que tudo isso: o carinho do vento, o abraço do mar, a sombra dos arvoredos e a beleza do luar
são pra mim como você, meus, sem o ser. beleza de se admirar, de se gozar, não de comprar.
não de se ter

porque o que é bom de verdade não se toma, se ganha de presente. como um raio de sol num dia nublado, cruzando as nuvens pra beijar o nosso rosto. como o vento fresco que vem da floresta quando nosso corpo quente padece de cansaço.

como o amor, plantinha que passarinho planta no vento. que cresce vadio em qualquer canto ao relento e cujas flores florescem sempre temporãs, surpresinhas que acalentam.

hoje eu vou sonhar com flores.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

De rolê pela Joatinga

Depois de mais de um ano, voltei pro lugar mais especial que já conheci nessa vida curta: Martins de Sá, na Ponta da Joatinga, litoral sul fluminense. Pertinho de Parati.

Fomos eu, o zack, a tuíla e a paulinha.

Mas dessa vez, em vez de fazer o percurso direto - parati - pouso da cajaíba - martins, resolvemos fazer diferente. Fomos de Laranjeiras para dar a volta na Joatinga e sair lá em Martins, passando pela praia do sono, ponta negra, cairuçu e martins de sá. Rolou também uma ida à sumaca, outra praiazinha especial.

aí seguem as fotos:

Primeira parte da trip - Praia do Sono. Lá agente ficou uns 6 dias, pelo que me recordo. Facim de chegar, estacionamos o carro no pé da trilha, na vila de oratório, que fica na vizinhança de Laranjeiras, o bairro dos condomínios dos bacanas.

A trilha não é tão difícil, mas pesou o rango que agente tava levando. Comida pra 15 dias, além das barracas, sacos de dormir, roupa e das paradas da cozinha.

Nosso acampamento:

Alguns visuais lá do sono - por ser onde ficamos mais dia, e ter acesso à energia, foi onde bati mais fotos.






Esse morrão aí da ponta é o que agente tinha que subir pra ir pras praias de antigos e antiguinhos,


 e por onde agente subiu pra ir pra próxima parada do role, Ponta Negra. Parece pouca coisa, mas com a mochila lotada nas costas, é sofrido!


Enfim conseguimos sair do Sono e partir pra Ponta Negra! Lá não tem onda, mas tenho certeza que é um dos lugares mais bonitos que já vi. A água é mto clara, rolou dar uma mergulhada no costão esquerdo, alucinante! Fez compensar o peso dos pés de pato na mochila! rs


Lá agente ficou na Branca, mãe do Diogo, avó do Gustavinho e sogra da Tuani, que esperava o segundo filho do Diogo. Chamou a atenção em todos os lugares por onde agente passou a quantidade de crianças, as pessoas começam a ter (muitos) filhos (muito) cedo.


A branca é um amor de pessoa, e arrumou pragente um chalézinho mto manero
de bambu e madeira, com cada um colchão que eu me emocionei só de ver, qdo subi o mezanino. É, eram 2 andares no chalé de bambu negão!



E lá o céu era tipo assim:


Mas como o que é bom dura pouco, partimos pra martins! A parada na ponta negra durou 3 dias. Foi providencial pra dar uma descansadinha da trilha do Sono pra lá, matar um pouco do peso do rango, pra fazer o caminho pra martins mais leve, já que essa era a parte mais pesada da trilha. 
Nos despedimos cedo da branca, e pegamos a trilha. O começo é o mais punk. um subidão que nunca acaba. Tava me sentindo esses alpinistas do everest, terminei a pirambeira dando dez passinho e descansando. Dez passinhos e descansando. Falei pra mim mesmo: Jamais faço essa trilha com prancha denovo!


Essa foi a trilha mais longa, mais inclinada, mais cansativa e difícil que já fiz. Mas com certeza é a trilha mais bonita que já fiz também!


Esse visual aqui é quando chega no topo da subida. Daí pra frente a trilha fica um pouco mais fácil, mais descidas que subidas (que nunca acabam!)










E essas últimas fotos foram tiradas em martins, logo que cheguei. Agente fez esse trecho em seis, sete horas. O dia inteiro caminhando!

Depois acabou a bateria do celular, e como lá é só gerador, não deu pra bater fotos de dia. Nem do último trecho da trip, a trilha pra pouso de cajaíba e o barco pra parati.

Logo no dia seguinte tinha altas ondas. Sempre quando agente tá mais cansado! E no último dia, entrou uma ondulação grandona, cara de ressaca. Sempre sobe o mar no último dia!






Saímos na quarta feira 20/07, e chegamos ontem, quarta feira 03/07. Deu tudo certo!

Gratidão!
à floresta com seus pássaros, cobras e cutias que vi
ao mar com seus albatrozes, fragatas e peixes e mariscos que comi
ao povo caiçara que preservou essa jóia do atlântico sul e a divide com os visitantes
aos meus companheiros de viagem pelo companheirismo durante toda a trip
e a Deus que leva o crédito pelo conjunto da obra!

quem quiser mais informações desse role, preços, etc... entra em contato que eu mando!