quarta-feira, 9 de novembro de 2011

"Ninguém Está Acima da Lei" ou "Petróleo e Maconha, o que te envergonha (mais)?"


Todos acompanharam nos últimos dias a polêmica envolvendo a ocupação da Universidade de São Paulo.

Maconheiros, filinhos de papai, meninos mimados lutando pelo direito libertinário de usar drogas. 

Nos moldes das tias que nos deram aula na quarta série, repetia-se nos telejornais a cantilena “não confundam liberdade com libertinagem!”.

A veja se apressou em colar todos os estigmas acima aos ocupantes da reitoria da universidade.
Deslegitimando-os.

Todos jornais mostraram a cara deslavada do Alckmin “Esse alunos da USP precisam de uma aula de democracia!”

Engraçado Geraldo “Prefeito da ARENA aos 22 anos” Alckmin vir falar de democracia.

Seu antecessor e padrinho político, José Serra, usufruindo da prerrogativa autoritária que concede ao governador o privilégio de nomear o reitor da universidade, o exerceu de maneira totalmente autoritária, nomeando o SEGUNDO COLOCADO NA ELEIÇÃO REALIZADA NA UNIVERSIDADE. Não se trata de um reitor. Se trata de um interventor.

Como bem diz Ana Paula Salviatti, publicado no sítio Outras Palavras:
“Ainda durante a gestão do então Governador José Serra, Grandino Rodas foi escolhido Reitor da USP através de decreto de 13/11/2009. Seu nome era a segunda opção de uma lista de três indicações. Remonta a história que a última vez que um Governador se utilizou de tal dispositivo criado no período militar–presente na legislação do Estado de São Paulo até hoje– foi durante o Governador Biônico, Paulo Maluf que indicou Miguel Reale para reitoria da Usp entre os anos de 1969 e 1973.

E vem falar em Democracia? Menas, por favor...

Não sejamos ingênuos a ponto de ignorar o rumo nítido que boa parte do jornalismo escolheu no Brasil. 

Matérias rasas, eivadas de preconceitos e sarcasmos, parecem ser os únicos exercícios possíveis nas redações onde os empregados estendem aos patrões a profissão que os deveria separá-los: jornalistas. Tsc

E na pira rasa do jornalismo tacanho, ao qual parecem estar reféns todos brasileiros que assistem telejornais ou lêem o jornal diário, queimam três estudantes da Usp, um baseado, uma platéia amorfa de “filhinhos de papai” que aplaudem o espetáculo quando os palhaços saem das suas viaturas para “manterem a lei no campus”.

Ninguém lá tá pensando nada. É todo mundo burro. Esperto é você que vê globo e lê veja e tá bem informado. Aham Cláudia, senta lá.

Enquanto isso, no mundo real, o reitor nomeado autoritariamente pelo PSDB paulista – desrespeitando a consulta democrática na universidade – apronta “mil e umas aventuras da pesada”!

Dá pra ficar surpreso que nada disso tenha saído no jornal? 

(Assim como as denúncias de superfaturamento de obras em outras universidades federais pelo país, ou do envolvimento das fundações de apoio à pesquisa em esquemões de lavagem de dinheiro. agente tem disso aqui no nosso quintal. muito.)

Não é de se espantar. Afinal de contas, fumar um baseado ofende muito mais a moral da gente que passar por cima de certos detalhes democráticos, como uma eleição.  

A moral de certo tipo de gente. No qual os jornalistas, infelizmente, parecem gostar de se incluir.

Quando Geraldo Alckmin diz, sobre o assunto, que “ninguém está acima da lei” o que ele diz, na verdade, é simples. Acima da Lei, só quem é “Alguém”. Cidadãos comuns, não.

Quer ver só? Se liga:

Vamos falar de um reino, em um lugar tão, tão distante, chamado Espírito Santo.

Por oito anos a gestão pública do Estado foi bancada às custas dos royalties do petróleo, muito bem negociados pelo governador recém eleito em 2003, Paulo Hartung.

A despeito da obrigatoriedade de gasto dos recursos em determinadas áreas, numa jogada de mestre, PH recebe do governo federal a benesse do “adiantamento dos royalties”. Com a grana, bota as contas da casa em dia, diante do tão lapidado patrimônio público capixaba. O governo tucano de José Ignácio havia terminado da forma trágica que todos se lembram, com o testa de ferro do então PFL José Carlos Gratz sendo cassado e as porra... Feio né?

Pois bem, oito anos de torneira aberta e a grana dos royalties entrando, estado crescendo, geral se dando bem.

Se dando bem? Bom, mais ou menos...

Os dados de desenvolvimento humano do Espírito Santo são vergonhosos.

Mesmo com oito anos de royalties somos forçados a reconhecer que, se não fosse o bolsa família, boa parte dos indicadores ou não teria subido, ou teriam decrescido. A despeito dos grandes negócios do Estado só terem registrado recordes: Vale do Rio Doce, Arcelor Mittal, Aracruz Celulose (que depois de perder 4bi num jogo de poker se fundiu com a Votorantin na Fibria)...

Hoje em dia, aproximadamente um quarto dos capixabas recebe o Bolsa Família. É de dar vergonha.

Dos municípios que mais recebem royalties do petróleo no Estado, 3 já tiveram os prefeitos afastados por denúncias de corrupção. Sâo eles Linhares, Aracruz e Presidente Kennedy. 

Curiosamente, pra esses municípios estão previstos novos grandes projetos, numa reedição tosca do Plano Nacional de Desenvolvimento, iniciativa da ditadura militar, que trouxe nas décadas de 60 e 70 as grandes indústrias para o Estado. Não estou querendo insinuar nada...

Estou afirmando que os dinheiros dos royalties tem sido peça fundamental para a corrupção envolvendo a vinda desses grandes projetos (a maioria estrangeira) para o espírito santo. 


Com um arranjo muito bem feito, acrescentando duas pitadas de “sinergia” à receita do “novo espírito santo”, PH fez foi adicionar um terno de corte italiano aos capotes dos jagunços da política capixaba. Compuseram o seu governo as mesmas raposas velhas de sempre, Elcio Alvares e Sergio Aboudib, do ARENA-PFL-DEM, por exemplo.
   
Indo além, os mesmos “players” do jogo do desenvolvimento na ditadura militar voltam ao jogo. Ex-governadores, Ex-presidentes de grandes empresas, a máfia da exportação fundapiana, o judiciário capixaba que todos conhecem bem... Espalhando seu Know-how. Mesmo PH pode receber deles uma ou outra dica sobre investimentos. Imobiliários. ;)

E ao governador biônico recém convertido à democracia a presidência da assembléia lhe coube como prêmio, entregue pelo próprio governador. Assim como o ilibado ex prefeito de Linhares, cidade que recebe vultuosos recursos dos royalties e que foi cassado justamente por desviar dinheiro da prefeitura pra botar no seu negócio particular, uma empresa de educação na cidade citada.

Um, lacaio da ditadura. Outro, dilapidador do patrimônio público. Ambos incensados pela mídiazinha local, e pela meia dúzia que espera ser convidada para os rega-bofes do poder. Como os filhinhos dos escravos na casa grande, ali, à beira da mesa como cachorros esperando um ossinho pelo qual brigar. Vão crescer pra ser os novos capitães do mato.

E essa mesma midiazinha – que sobrevive de propaganda oficial – agora tá aí, mandando você, capixaba, ir às ruas se manifestar pelo dinheiro dos royalites. Dinheiro esse que te pertence, capixaba, mas que nunca te perguntaram onde gastar.

Sabe o que eles tão querendo, na verdade? Que você defenda o dinheiro que eles tem sistematicamente roubado do seu bolso, cidadão.

Eu, particularmente, entendo o desespero do Casagrande.

Que não teve nem a coragem de dizer quanto o governo tem em caixa a essa altura do campeonato, finalzinho do primeiro ano de mandato. Foi discutir o orçamento na Assembléia Legislativa e não disse quanto PH deixou em caixa. 

O que agente sabe é que, de vento em popa, o ex governador se deu até ao luxo de NÃO COBRAR IMPOSTOS DESSAS EMPRESAS ESTRANGEIRAS que já produzem ou que querem se instalar aqui no estado. 

Aí é fácil, né malandro: o Zé da Quitanda tem que pagar mil impostos, e o Mr. John paga nada. Zero. 

Cortesia, feita com o seu dinheiro, capixaba.

Sobre isso, transparência nenhuma, nem a (vendida) capixaba, nem de lugar nenhum falou. Nenhuma nota nos jornais.  A coisa deve estar feia mesmo.

E você, capixaba, não sabe de nada.
Porque não saiu no jornal, não tem?

Saiu no jornal que um monte de maconheiro brigou com a polícia pra fumar maconha em paz lá “im sumpaulu”.

Até que seria uma boa notícia, essa.
Se fosse essa a notícia, não tem?


E hoje tem dudu nobre e gabriel o pensador, na luta pelos royalties na praça do papa. ¬¬

Abre o olho, capixaba, que tão tentando te passar pra trás...

(caso fôssemos mais práticos, e menos moralistas, aprendíamos algo com os maconheiros que tão salvando a economia da califórnia, nos estados unidos. até porque uma dose de "salvação" vai cair bem pro estado que outrora dependia da união, alcançou relativa independência, e agora não quer bancar esses "macaquitos" "se dando bem às nossas custas" "roubando o dinheiro que é nosso" pera lá, negão, nosso? rs)