terça-feira, 23 de julho de 2013

Prisões Arbitrárias da Polícia do Espírito Santo

Documentos revelam prisões arbitrárias durante ação policial em protesto
Manifestantes e populares foram detidos mesmo sem a comprovação da participação em atos de vandalismo; garrafas de vinagre, máscaras e luvas foram usadas como ''provas''


Garrafas de vinagre, máscaras de gás, luvas e uma cápsula de munição de borracha disparada pela Polícia Militar. Foram esses os itens – em alguns casos, nem isso – que justificaram as prisões de manifestantes e populares após os protestos no Centro de Vitória, na última sexta-feira (19). Os documentos enviados pela Polícia Civil ao Poder Judiciário confirmam os relatos que já circulam nas redes sociais e na mídia local: quem estava nas imediações do Palácio Anchieta foi considerado como suspeito de participação nos atos de vandalismo pelos policiais.

Clique aqui e veja a íntegra dos documentos relacionados às prisões durante o protesto na Capital

A documentação, publicada no site do Tribunal de Justiça do Estado (TJES), revela o teor dos depoimentos prestados por 33 detidos nos protestos – entre os 46 presos na ocasião – e de quatro policiais, que conduziram os “suspeitos” até a Delegacia de Repressão aos Crimes contra o Patrimônio, também na Capital. Em nenhum dos documentos constam a apreensão de armas de fogo – divulgadas amplamente pela polícia no dia seguinte ao protesto –, bem como há qualquer insinuação de que os manifestantes teriam sido pagos para participarem da depredação dos prédios públicos e bancos.

Os depoimentos dos detidos revelam evidências de arbitrariedade nas prisões, muitas ocorridas logo após o protesto. Entre os detidos estavam pessoas que trabalham no comércio do Centro, que haviam sido liberados em função dos protestos e acabaram sendo detidos, assim como estudantes e populares, que participaram do protesto, mas negaram qualquer ligação com os ataques praticados por um pequeno grupo que atacou os palácios Anchieta e da Fonte Grande, além da sede da Secretaria estadual da Fazenda (Sefaz) e as agências de bancos da região - dois privados e um público.

Todos os 33 detidos – cujos depoimentos foram divulgados – declararam à polícia que não sabiam a motivação de suas prisões. Na maior parte da história, os manifestantes foram surpreendidos pela abordagem policial, que justificou as prisões pelo fato de portarem objetos que faziam teriam ligação com o protesto. Em um dos casos, um empresário de 22 anos denuncia que “a Polícia Militar abordou as pessoas sem critério algum, levando todos”. Ele afirma que foi detido próximo à avenida Beira-Mar sem portar qualquer tipo de “item suspeito”.

Outro detido, um tatuador de 25 anos, disse em depoimento que estava próximo a uma loja, cujo um grupo forçava a porta para abrir, quando os policiais da Rotam chegaram ao local. Segundo ele, o grupo começou a se dispersar, enquanto se manteve com as mãos para o alto para indicar que não estava participando do ato. No entanto, os policiais o detiveram como um dos suspeitos.

Relatos como esses fazem parte do conjunto de depoimentos dos manifestantes. No entanto, chama atenção às versões trazidas por populares, que alegam sequer terem participado do protesto. Nesse rol de casos, surgem histórias como a de dois estudantes residentes em Domingos Martins (região serrana do Estado), que vieram à Capital para fazer a rematrícula em uma faculdade; e de uma vendedora de uma tradicional loja do bairro ou ainda de um monitor do Teatro Carlos Gomes, que foi detido logo após ser liberado do trabalho.

Várias histórias, uma versão

Na versão dos policiais (Gustavo Malini Barcelos, Laudimar Pereira de Oliveira, Márcio Dias de Sousa e Gelson Liberato Júnior) que comunicaram a o flagrante, todos os manifestantes teriam participado diretamente dos atos de vandalismo durante o protesto – até mesmo aqueles que disseram, em depoimento, que estavam trabalhando no horário do protesto. Os dois primeiros militares (lotados na Rotam) disseram que foram atender a uma ocorrência de “depredação generalizada” no Centro de Vitória, por volta das 15 horas (logo após a ação tática da PM, que dispersou os manifestantes).

Nos depoimentos idênticos, os dois militares da Rotam afirmam categoricamente que todos os detidos foram “flagrados nesta depredação”. Para justificar essa tese, eles citam a apreensão de garrafas de vinagre, frascos de tinta e “borracha para fabricação de estilingue”, que ressaltariam que eles estariam, em grupo, participando dos atos de vandalismo.

Já a outra equipe policial, também da Rotam, foi responsável pela detenção dos manifestantes e populares dentro de um coletivo, interceptado pelos militares na altura do Clube Alvares Cabral, em Bento Ferreira. O cabo Sousa e o soldado Liberato declararam, também em depoimentos idênticos, que os detidos “estavam com objetos que levavam a crer que teriam sido utilizados para a prática de atos de vandalismo”, como vinagre, máscaras de gás, rojões e até mesmo um abafador auricular.

Nos dois casos, as teses foram encampadas pelos delegados Danilo Bahiense Moreira, Leandro Piquet de Barros e Romualdo Gianordoli Neto, que ouviram todos os detidos e sugeriram o indiciamento dos detidos nos crimes de dano a bens públicos e privados (artigo 163), arremesso de projétil contra ônibus (artigo 264 e 265) e formação de quadrilha (artigo 288, todos do Código Penal). As penas máximas somadas podem chegar a nove anos de detenção.

Por conta do indiciamento pelos crimes, todos os detidos tiveram que assinar uma nota de culpa, documento que informa aos suspeitos os crimes alegados contra eles no caso de prisão em flagrante. Todos os presos foram encaminhados para o Centro de Triagem de Viana. A maior parte dos detidos já foi liberada pela Justiça sob medidas restritivas de direito, como a proibição de participar de novos protestos. Até o início desta noite, havia informação de que oito pessoas continuavam presas.

Entre os itens apreendidos, segundo o auto de apreensão divulgado, estão quatro garrafas de vinagre, três máscaras de gás, dois pares de luvas, uma lata de tinta spray, dois rojões, um foguete (do tipo fogos de artifício) e um abafador auricular. Todos esses itens estariam em poder dos manifestantes detidos no coletivo. Não há qualquer relato por parte dos militares da apreensão da armas de fogo (uma pistola e uma espingarda), como chegou a ser divulgado pela polícia, drogas e de outros itens que possam ser usados em atos de depredação.

retirado de www.seculodiario.com.br
  

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

pro relógio.

E que diferença faz
um ano, dois anos
um verão e outro
inverno a mais

se o badalo do relógio
chegar na hora errada
a moral da história
é que tanto faz

os ponteiros são fiéis
a quem, além da corda
à engrenagem que sufoca
ao chão que foge aos pés

mas essa vida tão safada
não me verga, não me dobra
hoje já sou artista, doutor, expert
em viver na hora errada.

em viver da hora errada

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Da Aracruz à Fibria - as novas velhas práticas da indústria papeleira!

A L U C I N A N T E essa matéria:

"Os personagens principais dessa matéria são os seguintes: Votorantim, FIBRIA (Antiga Aracruz), Stora Enso e BNDES. A Cadeia Produtiva - controlada por essas empresas e que tem como maiores investidores o BNDES e a Votorantim - está ligada, segundo documentos levantados pela reportagem, aos crimes listados:

Violação dos direitos humanos, lavagem de dinheiro, sonegação de impostos, corrupção, fraude na certificação ambiental FSC, fraude em licenciamentos ambientais; terceirização ilícita de mão de obra, fraude em processos de arrendamento de terras, produção de documentos forjados, grilagem de terras, uso de policiais como vigilantes particulares; devastação de mata nativa, assoreamento de rios, ocupação ilegal de terras indígenas, ocupação ilegal de terras da União, ocupação ilegal de terras quilombolas

As informações aqui relatadas foram coletadas no Poder Judiciário, no Ministério Público da Bahia, no Ministério Público Federal, em diversos órgãos federais, estaduais e municipais. Uma das empresas que fazem parte dessa cadeia, a Veracel, controlada por Fibria e Stora Enso, responde a mais de 900 processos."




leia aqui, na íntegra, esse exemplo de bom jornalismo que eu NUNCA VI na mídia oficiosa do ES, salvo a do jornal online SeculoDiario.com

http://www.observatoriosocial.org.br/portal/sites/default/files/biblioteca/falso_verde_obs.pdf

Compartilhe!!

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

#primaveracapixaba ou #magnomaltanao? a função social da guerra na sociedade capixaba.


E o vento virou em vitorinha.

Calor insuportável a semana inteira. Papo de olhar nas notícias o céu caindo no RJ e se perguntar porque não é aqui? Na semana do horário de verão. Terminar o expediente com o sol ainda no céu é mesmo uma benção. Foda é pegar busão lotado nesse calor.

O inverno vai ficando pra trás. Mas o vento sul não desiste assim tão fácil.

Primavera de 2012, o fatídico ano que todo mundo ficou ou esperando ou vendendo livro falando da profecia maia que vaticinava o fim do mundo. Escrevo de Vitória, uma das cidades mais antigas do país, das missões jesuitas mais populosas... Tinha muito índio por aí.

Continua tendo, mas agora todo mundo mora é na cidade, amontoado. Sorte daqueles que mantiveram pra si uma tribo pra chamar de minha, e uma terra pra enterrar o umbigo dos meninos que vão nascendo. Tem muita gente lutando por esse direito e nesse começo de Primavera foram os guarani-kaiowá, do mato grosso do sul, que se tornaram notícia internacional (apesar da resistência da grande mídia oficial) em abordar o tema.

Redes Sociais servem para um zilhão de outras coisas além de informar cada passo que você dá, aonde vc se encontra, o que está comento, cutucar os outros... Nada contra. Mas as redes sociais são também uma possibilidade  de horizontalizar o diálogo entre as opiniões dos indivíduos que nenhuma outra mídia até hoje ofereceu.

Você mesmo tá aí. Lendo a minha opinião sobre as coisas. rs

O caso dos guarani-kaiowá foi um fenômento desses, de horizontalização. Nacional, mundial, até. Mas é engraçado pensar que se você jogar a tag #protestoemvitoria no youtube aparecem 181 videos referentes às manifestações que ocorreram um ano atrás aqui nessa cidade, tão velha quanto o brasil.

Muita coisa rolou, de lá pra cá. diz ae Racionais. É verdade, diria Sabrina Sato. Mas certas coisas parecem continuar sempre as mesmas. Pega Vitória, por exemplo: Aqui geral se conhece. Tem três pessoas né? Eu, você e alguém que a gente conhece! E quando cruzamos na rua não nos cumprimentamos! rs

Clichê, né? Pois é.

Mas as duas coisas devem ser levadas em conta: tanto que aqui, todo mundo se conhece, mas não se fala. Quanto é muito fácil se comunicar horizontalmente nesse oceano da internet no qual o Espírito Santo, pra não falar de Vitorinha, é só um grãozinho de sal.

Ou vocês acham que lá no rio eles tão compartilhando #magnomaltanao igual os candidatos apoiados por paulo hartung, numa prévia descarada de 2014? Lá ninguém sabe o que é isso. Lá não devem ter chegado as centenas de milhares de adesivo que misteriosamente brotaram por toda a cidade de Vitória! rs

Que jeito de terminar a campanha do Luiz Paulo. Foi demais pra ele mesmo. Aqui é foda, mano, geral se conhece. Mesmo o que não foi pra internet - até pq é uma mídia nova - fica na boca do povo.

Esse papo de cheira ou não cheira cocaína, tipo, foda-se. Só se ele tivesse usado sua influência política pra escapar de um possível flagrante. Mas ninguém tem provas nem disso, nem de que ele de fato faz uso do concentrado da folha de coca, essa planta mágica dos povos índigenas da América Latina. Esses índios né galera? rs

Daí a ser condenscedente com o cara, são outros quinhentos.

O cara é #fichasuja, pra começo de história. Além de  ter essa história muito mal contada do assassinato do Denadai, cujas investigações resultaram na #cpidalama na câmara de Vitória, pra investigar fraudes nos contratos da prefeitura de vitória, quando ele era prefeito.

Pra melhorar, aparece na #listadefurnas - caixa dois montado na estatal que abasteceu campanhas tucanas. Onde consta inclusive a Escelsa como fonte de recursos, empresa que aparece na #privatariatucana como um dos esquemões do #PSDB durante o governo FHC. Nessa época, quem governava aqui era o Luiz Inácio. Aqueeele da sopa. Crime organizado, Gratz, que entrou pra história como o bicho papão de Vitória, essa terra tão antiga.






Se eu te falar quem era prefeito aqui da capital... rs







        Aí o cara vai lá e "muda a agenda". O segundo turno foi só "eu não cheiro pó" e "luciano é apoiado pelo magno malta". Porra Luiz Paulo! Transformar essas nas questões centrais do segundo turno pode acabar passando nas urnas um teste de doping que não é da conta de ninguém.

Além disso, você realmente acha que o Paulo Hartung, aquele que te banca desde o seu primeiro mandato na prefeitura de Vitória, tem um passado tão ilibado assim?

É muita sorte a mídia capixaba - essa feita por jornalistas que todos nós conhecemos - estar tão atarefada com o bafão que foi cada debate desse segundo turno, com vocês se engalfinhando. Aí dá pra dar dixavadinha a notícia que o ex secretário  de Justiça (hehehe) do seu padrinho teve os bens bloqueados por CORRUPÇÃO. O Desvio de verbas do IASES levou à CADEIA os dirigentes do instituto responsável pela ressocialização dos menores infratores.

E o ex secretário de fazeeeenda meu, que virou sócio do ex governador numa empresa de consultoria e foi fazer lobby lá nas OROPA pra instalação da Ferrous em Presidente Kennedy.
 É, presidente kennedy, que o prefeito foi cassado, preso, com mais uma galera.

E até a VEJA noticiou o envolvimento do imperador - não o adriano - com a parada, envolvendo o roberto jefferson - ator principal do filme mensalão - e um conselheiro do TCES num esquemão "abafa que os negócios são dos meus amigos".  Falei que o irmão desse secretário é o diretor da Delta aqui no estado? Aqueeela Delta - da CPI do Cachoeira, que era um notório financiador de campanhas por aí.

E não vou nem cruzar a terceira ponte, manim, pq aí o bagulho vira enredo de suspense policial. Porque tem uma morte de juiz até hoje muito mal contada aí, que envolve grampos ilegais, depoimentos retirados e provas sumidas.

Vou botar na conta de quem?

Aí a nova agenda é o apoio do magno malta ao luciano rezende. Sério mesmo que vocês estão achando que vão se safar dessa fácil assim? E o segundo turno? E as propostas para a cidade? Luiz Paulo merece essa derrota. Mais ainda do que o Luciano merece essa vitória.

Até porque, não tenho dúvida nenhuma disso, o PMDB de Hartung - partido que indicou o vice do candidato tucano e tem a vice prefeitura na administração do PT - vai acabar ganhando uma tetinha pra mamar com ele também. Muda tudo, sem mudar nada.

Acho meio irônico para o PT, que enfiou o pmdb lá dentro e agora assiste a chapa deles esculachar a atual administração. O João não quis dar as costas para o Hartung. Agora apanha do coleguinha dele, sem poder fazer nada. Tá na mão dele.

Luciano é outro que jamais dará as costas pro imperador.

Mas minha torcida é pra derrota do Luiz Paulo. O Luciano pelo menos vai ter que mostrar serviço, primeiro cargo executivo. A outra bateria não. Seria a coroação de um projeto escrito lá atrás, no Vitória do Futuro, fruto de uma visão neoliberal de mundo que faliu.

Luiz Paulo, Paulo Hartung, foram os jovens neoliberais. Uma vez, assim como o Luciano, foram os porta vozes da novidade. Não são mais. São velhos, assim como as suas idéias. Não merecem governar. Não só por fazerem mau uso do que é público, mas principalmente por acreditarem que o papel do Estado é tão somente incentivar a apropriação da mais valia de muitos por parte de poucos que, na maioria das vezes, jamais vão por os pés aqui no Estado do Espírito Santo.

É disso que se trata o Novo Velho Espírito Santo: Grandes projetos financiados por capital estrangeiro ( E público via BNDES!!) e beneficiado por incentivos fiscais pelas "autoridades" do Estado. Licença pra comprar a preço de banana (pagando os 10%) a nossa TERRA (E Ar, e Mar!), pra poluir sem pagar, ao troco de empregos de peão pra galera e MUITO MILHÃO no bolso de alguns pouquíssimos players. Nada contra gerar empregos. Mas que pelo menos paguem os impostos e respeitem a saúde do povo e da terra capixaba!

E no rastro dessa grana, sobra favelização, degradação ambiental e corrupção. Não acredita? Dá um rolê em presidente kennedy, aracruz, anchieta, e vai ver como tá. Criminalidade, prostituição, crack. O que é um problema numa grande cidade urbanizada, onde a urbanização é precária, a escolaridade baixa e oportunidades poucas, vira algo muito maior. Curiosamente, os políticos ficam mais baratos.

É isso que ninguém quer debater nesse segundo turno. O Luiz Paulo pq sabe que tem o rabo preso com hartung. O Luciano pq, coitado, acho que nem ele esperava estar aí pra ser eleito. Quem se deu bem foi a antiga Aracruz Celulose que investiu nos dois! Sempre soube jogar essa daí... Sinto falta é da Iriny,  a única a fazer uma campanha propositiva no primeiro turno.

Esse segundo turno estaria melhor com ela.

Em quem vou votar agora? Eu, particularmente, já me decidi. Vou votar na praia, antes que acabem com ela, igual tão querendo acabar com os guarani-kaiowá! Igual tão tentando acabar com o que esse Estado ainda tem de bom - uma natureza fértil e um povo desconfiado, mas de coração bom. Ingênuo, até... Parece que chegou todo mundo ontem da roça. E chegou mesmo!

E que o vento sul que sopra em vitória não deixe nenhuma dúvida aos capixabas de luta: é um chamado aos filhos da terra: pintem seus corpos, desenterrem suas armas.  A verdadeira mudança nenhum dos dois candidatos tem condições de fazer.São os tambores de guerra que trarão a primavera capixaba. E são precisos muitos braços para tocá-los. Braços jovens.

#magnomaltanao #foraph #primaveracapixaba

sem revisão.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Cuidado com os Candidatos de Internet! ou coronelismo2.0

Então galera, quem participa de alguma rede social já tá sabendo: Tá liberada a propaganda eleitoral na internet. E já pululam os candidatos com perfis recém criados no facebook, twitter... Outros cujos perfis nem são tão recentes assim.

Mas há uma coisa em comum entre todos: a autopropaganda.

é tipo isso mesmo!
O curioso da auto-propaganda em redes sociais é que o cara tem que falar bem de si mesmo assim como tem que lidar com as críticas diretas que lhe são feitas. Montou o perfil, botou a cara na rede, tem que interagir...

Eu disse "tem que"? Bom, não necessariamente... Aí depende da assessoria de marketing do cara.

Porque, veja bem... ninguém confia em quem fala muito de si mesmo né?

Pra isso existem duas saídas: ou eu chamo alguém pra falar bem de mim mesmo, ou então eu faço aquela propaganda deslavada sem dizer que é propaganda. Do tipo: "Olha o que eu estou fazendo! Que bom é pra você né?"

Bom, quando já se é vereador, isso fica mais fácil. Tipo, o pessoal tá puto com alguma coisa. Você vai lá na prefeitura, cobra uma resposta e, com a prefeitura cumprindo o seu papel, tcham tcham tcham tcham: Mais uma conquista do super vereador!

Pois bem, isso aí é o cupim da democracia.

Porque é o cupim da democracia?

Porque faz o cidadão acreditar que o papel do vereador é esse aí mesmo, de ouvidoria da cidade. Não é.


Quem tem que cobrar a prefeitura é você cidadão. Porque é um direito seu. O vereador legisla - propõe, discute e fiscaliza o cumprimento das leis. Verador não asfalta rua, tampa buraco. Quem faz isso é o executivo, por obrigação! 


É essa cultura do vereador de bairro, deputado de cidade, que torna a produção legislativa tão medíocre acá en Brasilsito. 


É o coronelismo 2.0 - recorra à figura paternal que vai resolver os seus problemas, cidadão. Não perca seu precioso tempo se organizando... Terceirize a sua preocupação consigo mesmo!


É igualzinho o que o "gazeta comunidades" esse quadro horroroso da rede gaveta que leva urnas aos bairros, num único momento de festa durante toda a vida das pessoas que ali residem, prometendo a solução dos seus problemas. É só chamar o jornalista... Você sozinho, cidadão, não tem força para nada. É essa a mensagem implícita.

E o candidato da internet segue desligado de qualquer injunção social da realidade - do tipo minha base pensa assim, meus eleitores me elegeram para fazer isso, eu penso o seguinte - como uma folha seca ao sabor do vento.

Aonde ele soprar eu tô indo.

Que responsabilidade eu tenho com a Cidade, com todos os seus cidadãos que eu recebo para representar, não só pq votaram em mim? Zero.

Não preciso de coerência. Preciso de Visibilidade. Nesse sentido o compromisso com quem doa dinheiro pras campanhas - cada vez mais caras - é muito maior e faz muito mais sentido.

Tem um certo vereador da cidade de Vitória que deve tá até agora tentando explicar sua trajetória no último mandato dada a resolução final do seu partido. Foi atropelado pelo bonde da realidade, da qual seu mandato tentou fugir o tempo todo com o discurso fácil colado nA Gazeta. Quebrou a cara.

Tem ainda os candidatos de comunidade do facebook: tipo cria uma comunidade, entra em uma, e fica lá postando suas realizações. Aí vale até virar ciclista de última hora.

 Ou melhor ainda, bota seus brothers de moderadores pra fazer campanha pra si mesmo. Aí é mais fácil ainda: seus aliados moderadores controlam o que é dito, apagando os tópicos que os contrariam ou expulsando os membros que questionam suas posições. A "fala vitória 156" é uma dessas comunidades de pensamento (ou candidato) único.

Afinal de contas, democracia é bom quando nos favorece. É aí que entra a segunda parte da ação do candidato de internet: Se blindar das críticas.

Bom, tópicos que caem no senso comum são os preferidos. "Ah, corrupção bla bla bla". "Minha rua alagou bla bla bla"

- É verdade, muita corrupção, meu mandato vai fiscalizar, vai bla bla bla, conto com seu apoio.

- Sou vereador de primeiro mandato, é a primeira eleição que disputo, não estou sujo, bla bla bla. (o curioso é que o cara que afirma uma coisa dessas admite implicitamente que, caso fosse candidato à reeleição provavelmente já teria assim, digamos, uma casquinha de sujeira)

- Vou cobrar macrodrenagem limpeza de bueiros e pessoalmente o prefeito, para que pare de chover!

Candidato de internet costuma ter uma atuação parecida com lojinha virtual vagabunda: faz bastante propaganda e não responde (ou pior, apaga) as críticas que lhe são feitas. Afinal de contas polêmica = marketing negativo na cabeça dos publicitários que fazem a campanha.

É aí que chegamos ao cerne da questão. O papel publicitário que embrulha o político como um produto, não está nem aí para a Democracia. Aquela, com D maiúsculo. O publicitário quer só vender mais um produto.


E a internet é um espaço que sempre foi louvado como realmente democrático - onde a opinião dos indivíduos, os blogs, as redes sociais permitem que a opinião do cidadão comum valha tanto, ou seja tão visualizada quanto a de um ocupante de cargo público, das propagandas eleitorais na TV, dos editoriais políticos dos grandes jornais (que são todos comprados e ninguém duvida disso)


Só depende do interesse de quem clicou naquele link. Você mesmo tá lendo isso aqui por isso.

Essa eleição, na internet, vai ser um marco para a Democracia Brasileira. Afinal, ao contrário do que é conveniente para muita gente tudo que nela é dito fica ali guardado. E se for polêmico com certeza alguém já deu pelo menos um print.

E é por isso que eu fico com as candidaturas de programa. Aquelas que seguem um roteiro escrito e debatido com uma ampla base já há tempos. Sou da época em que política era discussão de programa, não de quem era mais sujo. E olha que nem sou tão velho assim. Não voto em político que fica mudando de partido, não voto em político que fica mudando de posição à mercê de quantos cargos indica ou recebe na prefeitura.

Mas democracia é isso aí - cada um é livre pra escolher onde depositar seu voto. até para escolher não depositar voto nenhum. Mas eu deixo o meu recado: Cuidado com o Candidato de Internet.

Ele está para você igualzinho aquela loja virtual que faz propaganda nas redes sociais. Pode ser que embolse a sua grana e não entregue o produto prometido...


esse aqui eu peço que quem curtiu compartilhe. pra criar o hábito de construção da democracia, mesmo nos espaços virtuais.