sexta-feira, 6 de maio de 2011

Membros da magistratura estadual e Ministério Público gozam de regalias até no Banestes

matéria retirada da edição de 5 de maio de 2011 do site seculodiario.com.br
por Nerter Samora:

"Além de orçamentos em constante expansão durante os anos do governo Paulo Hartung, os membros do Judiciário e do Ministério Público receberam outras formas de incentivo. Principais parceiros no festejado “arranjo institucional” do ex-governador, foram agraciados com benefícios financeiros também no Banestes. Diferentemente da realidade da grande maioria dos servidores estaduais, os membros da magistratura estadual e do órgão ministerial gozam de privilégios bancários até então inéditos.

Desde o final de 2007, a classe dos juízes, desembargadores, promotores e procuradores de Justiça é isenta do pagamento de taxas bancárias, por tempo indeterminado, bem como paga taxas muito abaixo do mercado no cheque especial e na obtenção de crédito. A situação é revelada em ofícios obtidos com exclusividade pela reportagem de Século Diário, os quais demonstram o teor das conversações entre as cúpulas da Associação Espírito-Santense do Ministério Público (AESMP) e do banco estatal para a concessão dos benefícios.



Os documentos revelam que, na época da concessão da regalia – em dezembro de 2007 –, os membros do Ministério Público buscavam o tratamento diferenciado que já era dispensado aos membros da magistratura estadual. Os ofícios foram assinados pelo então presidente da AESMP, promotor Almiro Gonçalves da Rocha, e o diretor comercial do Banestes na época, Otacílio Pedrinha de Azevedo.


O primeiro contato foi aberto pela entidade de classe que solicitou o mesmo tratamento concedido a juízes e desembargadores, item que havia sido defendido como “promessa de campanha”. Prontamente respondido pelo então diretor do banco, que no dia 28 de novembro de 2007 informou a análise e deferimento do que chamou de “condições especiais” em produtos e serviços.

Na oportunidade, o banco passou a adotar os mesmos critérios diferenciados aos mais altos membros dos órgãos estaduais ligados à Justiça. Segundo o acordo, os associados da AESMP teriam “isenção total e por tempo indeterminado” em todas as tarifas que poderiam incidir na conta corrente, além de descontos – muito abaixo de mercado – na tabela do cheque confiança (modalidade de cheque especial do banco) e na obtenção de créditos com desconto em folha de pagamento.

De acordo com valores obtidos no site do Banestes, cada membro do Judiciário deixa de pagar, no mínimo, uma soma de R$ 400,00 anuais apenas de manutenção das contas correntes – sem contar os serviços que não são cobrados. Estes variam entre centavos e milhares de reais. No entanto, os maiores privilégios estão relacionados à política de juros em operações de crédito, sobretudo quando comparadas ao tratamento oferecido aos demais servidores públicos do Estado.

Pelo acordo, os membros do TJ e MP têm a concessão de 39% de desconto na tabela de cheque especial. Na época, Pedrinha chegou a exemplificar: enquanto a tabela vigente de juros era de 7,95% a.m. (juros ao mês), a taxa especial ficava em 4,85% a.m. – contudo, a taxa poderia ser ainda reduzida até 2,39% a.m., condição que destoa do que é oferecido aos demais correntistas, uma diferença de 70% entre taxas.

Outra condição especial oferecida aos promotores e procuradores de Justiça, ressaltada por Pedrinha, foi a diferenciação na taxa de juros na modalidade “Crédito sob garantia de Desconto em Folha de Pagamento” – que já eram iguais as do Tribunal de Justiça. Nas operações de até 72 meses, as taxas são de 1,5% a.m., enquanto a mesma taxa para os demais servidores públicos estaduais é de 4,7 % a.m. – tipo de operação oferecida com exclusividade pelo banco estatal capixaba.

Relações mais que institucionais

Durante os dois mandatos do governo Paulo Hartung, os órgãos do Judiciário aparecem com destaque na partilha do orçamento. No período, o duodécimo do Tribunal de Justiça sofreu um reajuste de 116%, partindo de R$ 286 milhões em 2002, enquanto o Ministério Público foi o principal beneficiado, com uma alta de 184%, saindo de pouco mais de R$ 82 milhões antes da chegada de Hartung ao palácio Anchieta.

Atualmente, o orçamento do Tribunal de Justiça para este ano é de R$ 619 milhões. No caso do Ministério Público, a dotação orçamentária inicial era de R$ 233 milhões, porém, por força de crédito suplementar pelo governador Renato Casagrande, o caixa do MP foi reforçado com mais R$ 8,5 milhões."

O primeiro contato foi aberto pela entidade de classe que solicitou o mesmo tratamento concedido a juízes e desembargadores, item que havia sido defendido como “promessa de campanha”. Prontamente respondido pelo então diretor do banco, que no dia 28 de novembro de 2007 informou a análise e deferimento do que chamou de “condições especiais” em produtos e serviços.

Na oportunidade, o banco passou a adotar os mesmos critérios diferenciados aos mais altos membros dos órgãos estaduais ligados à Justiça. Segundo o acordo, os associados da AESMP teriam “isenção total e por tempo indeterminado” em todas as tarifas que poderiam incidir na conta corrente, além de descontos – muito abaixo de mercado – na tabela do cheque confiança (modalidade de cheque especial do banco) e na obtenção de créditos com desconto em folha de pagamento.

De acordo com valores obtidos no site do Banestes, cada membro do Judiciário deixa de pagar, no mínimo, uma soma de R$ 400,00 anuais apenas de manutenção das contas correntes – sem contar os serviços que não são cobrados. Estes variam entre centavos e milhares de reais. No entanto, os maiores privilégios estão relacionados à política de juros em operações de crédito, sobretudo quando comparadas ao tratamento oferecido aos demais servidores públicos do Estado.
Pelo acordo, os membros do TJ e MP têm a concessão de 39% de desconto na tabela de cheque especial. Na época, Pedrinha chegou a exemplificar: enquanto a tabela vigente de juros era de 7,95% a.m. (juros ao mês), a taxa especial ficava em 4,85% a.m. – contudo, a taxa poderia ser ainda reduzida até 2,39% a.m., condição que destoa do que é oferecido aos demais correntistas, uma diferença de 70% entre taxas.

Outra condição especial oferecida aos promotores e procuradores de Justiça, ressaltada por Pedrinha, foi a diferenciação na taxa de juros na modalidade “Crédito sob garantia de Desconto em Folha de Pagamento” – que já eram iguais as do Tribunal de Justiça. Nas operações de até 72 meses, as taxas são de 1,5% a.m., enquanto a mesma taxa para os demais servidores públicos estaduais é de 4,7 % a.m. – tipo de operação oferecida com exclusividade pelo banco estatal capixaba.

Relações mais que institucionais

Durante os dois mandatos do governo Paulo Hartung, os órgãos do Judiciário aparecem com destaque na partilha do orçamento. No período, o duodécimo do Tribunal de Justiça sofreu um reajuste de 116%, partindo de R$ 286 milhões em 2002, enquanto o Ministério Público foi o principal beneficiado, com uma alta de 184%, saindo de pouco mais de R$ 82 milhões antes da chegada de Hartung ao palácio Anchieta.

Atualmente, o orçamento do Tribunal de Justiça para este ano é de R$ 619 milhões. No caso do Ministério Público, a dotação orçamentária inicial era de R$ 233 milhões, porém, por força de crédito suplementar pelo governador Renato Casagrande, o caixa do MP foi reforçado com mais R$ 8,5 milhões."

domingo, 1 de maio de 2011

amanhã jamais

e se a cada toque dado, um brilho aparecesse.

e como um midas aurático, luz dourada espalhasse por aí - onde tocasse...

mas cada peça caída, é um algo a mais na dívida.

nada é de graça, tudo tem um preço a ser cobrado.

aquilo que agente pensa como bem, inspira também muito medo.

é o costume de ser pela metade, é não prezar pelo copo meio cheio.

sempre meio vazio.

de nada vale a luz da lua, de nada vale tanto ver o sol se por.

a maquininha registradora, implantada no interior dagente, tá sempre contanto.

o que me soma, o que me subtrai. meu ego a quantas anda? praonde isso tudo vai?

e aí se embota, estrela, céu, mar e horizonte.

o que cabe nessa conta é só aquilo que vale no mundo dos homens.

quer saber:

amanhã? jamais.

só no hoje existe felicidade.