quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Regência

Quem conhece esse vilarejo, muito bem localizado na foz do Rio Doce, está convencido que se trata mesmo de um desses lugares especiais.
De Vitória para Regência, olhando por cima do seu ombro esquerdo, você acompanha o distanciamento da muralha de montanhas, a serra que acompanha o litoral brasileiro por quase todo o sudeste.
Ampliam-se os horizontes, aproxima-se da Bahia.
Mas de Regência à Bahia, ainda tem um longo chão. Regência não é Bahia. Regência é Espírito Santo.
Mas é de uma capixabisse diferente. É a capixabisse que observa lá da foz do rio doce, aquela ponta de areia de proporções épicas da boca do rio, a projeção do Espírito Santo para o céu. De lá você vê, nos dias claros, todo o recorte do relevo, com um destaque especial para a montanha que se ergue, soberana, da costa capixaba: o Mestre Álvaro.
Tudo isso graças à praia que se espraia (ó!) da foz do rio doce até a Barra do Riacho. Devem ser algumas boas dezenas de quilômetros, o que garante uma moldura linda de azul, amarelo e verde ao cenário antes descrito. Um dos últimos berçários da tartaruga de couro gigante, preservado na forma da Reserva Biológica de Comboios, que conta com uma base do Tamar no local.
E é nesse trecho do litoral, entre a pacata e charmosa vila de regência à base do projeto tamar, que muita gente faz a festa! Uma das grandes atrações de regência, aliás sem muito exagero, uma das razões para entrar no mapa desses lugares especiais é a capacidade desse cantinho do litoral capixaba de receber de braços (ou bancadas de areia) abertos para as ondulações que vem do sul. Com aquele nordestinho típico então, soprando terral... hmm!
Não é de se espantar que, há algumas décadas, os surfistas capixabas elegeram regência como a meca local do esporte. Antes acampando jogados, passando semanas ali, nas bordinhas da vila, à base de muito miojo, vinho e surf, hoje contando já com uma infra surpreendente, se comparado a alguns anos atrás. Mas algumas coisas não mudam: a potência dos tubos do point (1 ou 2) e a extensão das esquerdas da boca do rio, cuja qualidade só pode ser comparada à exaustão de remar contra a correnteza do Rio Doce, testando sua vontade de dropar aquelas morras, são duas delas.
O calor é outra. Só quem já acampou num feriado flat em regência, carnaval que seja, sabe a sensação. Aquele maldito forró que sempre começa ali, por volta das duas, três da manhã (!!!) e acaba por volta das oito, nove horas... Infelizmente, a vila não é mto arborizada. Não existem montanhas que retenham umidade. Tenta então dormir, numa barraca debaixo do sol, às dez da manhã. É de (terminar de) fritar o cérebro!
Pra mim, regência sempre foi uma mistura disso aí: brothers, ondas, forró em horários absurdos...
Fica faltando falar do povo da vila, que é um tipo muito especial de capixaba. Mas por hora fico por aqui... com uma foto da última vez que tive por lá, com os brothers Mendonça e Gabriel.
Saímos de vitória sábado de madrugada, caímos no point, antes mesmo de chegar na vila. Mar em torno de 2 metros, 2 metros e meio na série, fechando um pouco. Domingo com o surf um bocado mais tranquilo! Mendonça voltou domingo, eu e Gabriel ficamos até segunda, pra curtir o forrózim... Essa foto eu tirei no final da tarde de domingo, do cantinho que agente arrumou pra ficar por lá. Já o mar tava mais ou menos assim no sábado:
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